O presidente da Rússia, Vladimir Putin, demitiu, nesta quinta-feira (13), duas autoridades policiais envolvidas em uma detenção fraudulenta por tráfico de drogas do jornalista Ivan Golunov.
O repórter foi solto, e as acusações contra ele foram retiradas após mobilização da sociedade civil.
Putin tirou de seus cargos o chefe do departamento antitráfico de drogas de Moscou, Yuri Deviatkin, e o responsável pelo distrito oeste da cidade, Andrei Puchkov.
Eles foram “substituídos das funções que exercem”, indicou um decreto sancionado por Putin.
Polícia carrega manifestante em Moscou — Foto: Shamil Zhumatov/Reuters
Policiais ficarão suspensos durante investigação
Na terça-feira (11), horas depois que as acusações contra Golunov foram retiradas, o ministro russo do Interior, Vladimir Kolokoltsev, afirmou que pediria a Putin para retirar ambos de suas funções.
Segundo Kolokoltsev, os policiais que prenderam Golunov ficarão suspensos enquanto o caso é investigado.
Prisão ganhou repercussão na Rússia
Jornalista Ivan Golunov chora ao ser libertado de prisão na Rússia — Foto: Shamil Zhumatov/Reuters
Jornalista do veículo independente Meduza, conhecido por suas investigações sobre corrupção das elites e fraudes em setores como microcrédito, ou pompas fúnebres, Ivan Golunov foi detido na última quinta. Dois dias depois, foi posto sob detenção domiciliar.
O caso ganhou enorme repercussão na Rússia, e os colegas e simpatizantes de Golunov denunciaram uma armação para impedir suas investigações jornalísticas.
Manifestante é preso durante protesto em Moscou — Foto: Maxim Shemetov/Reuters
Na quarta (12), a polícia reprimiu uma marcha organizada em seu apoio em Moscou e prendeu mais de 400 pessoas.