Representantes do órgãos de controle e das cidades, que sofrem com o desabastecimento de combustível, estão reunidos nesta quarta-feira (10), em Cruzeiro do Sul, para tentar encontrar uma solução para que as embarcações que transportam produtos inflamáveis possam voltar a operar no Rio Juruá.
A navegação de pequenas embarcações com gasolina, diesel e gás de cozinha, foi suspensas pela Agência de Transportes Aquaviários (Antaq), e outros órgãos de fiscalização, após a explosão de um barco que levaria 5 mil litros de gasolina para Marechal Thaumaturgo e matou seis pessoas deixando mais 12 feridos.
O barco estava sendo abastecido com o combustível que era colocado em vasilhas de plásticos por um caminhão-pipa, quando ocorreu a explosão.
Por falta de um porto adequado para o transbordo de combustível para as embarcações, que também não têm as condições de segurança corretas para o transporte desse tipo de produto, os municípios de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo estão há mais de um mês sem receber combustível.
De acordo com os prefeitos das duas cidades, os serviços das prefeituras estão praticamente inviabilizados por falta de diesel e gasolina para a operação de máquinas e carros.
“Estamos em uma situação muito difícil. Já paralisamos as aulas para os 5 mil alunos que temos hoje, estamos com os serviços de limpeza pública parados. Juntamos todo combustível que tinha na cidade para podermos dar conta de algumas ações. Mas, como temos mais de 70% da população morando no interior, não estamos dando conta de ir às comunidades atender as demandas por conta dessa situação”, relatou o prefeito de Marechal Thaumaturgo, Isaac Pianko.
O prefeito Zezinho Barbary afirmou que Porto Walter está na mesma situação e cobra que seja encontrada uma alternativa urgente para que as duas cidades possam receber novamente combustível que é transportado de Cruzeiro do Sul.
“A gente espera que daqui saia uma solução. Não é possível que, diante dessa tragédia que aconteceu, os órgãos fiscalizadores tranquem de vez o combustível que vai abastecer essas duas cidades. É preciso que haja uma solução e que esses órgãos passem a fiscalizar até as empresas e os barqueiros se legalizem para voltar a levar combustível”, afirma Barbary.
Também participam da audiência, representantes da Marinha, do Instituto do Meio Ambiente no Acre (Imac), da Secretaria de Meio Ambiente do Estado, de empresas distribuidoras de combustíveis e transportadoras, da Marinha e da Agência Nacional de Petróleo, que afirmaram que só vão falar sobre a situação depois do encerramento do encontro na tarde desta quarta-feira (10).
O comandante do Corpo de Bombeiros também acompanha a reunião e sugeriu que os órgãos de controle deem uma permissão para as operações de abastecimento das embarcações para fazer o acompanhamento dos serviços até que sejam providenciadas as adequações de um porto e nas embarcações para esse tipo de operação.