Três ministros se reuniram nesta terça-feira (3) com os governadores do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, para tratar da criação de um núcleo permanente de fiscalização e monitoramento para o combate às queimadas na região. No encontro, eles discutiram proposta de adiar GLO – Garantia de Lei e Ordem (GLO) – por mais um mês, até outubro.
“Umas das propostas que vamos levar da reunião com os nove governadores é para que a GLO não se encerre no dia 24 de setembro, que ela continue seu trabalho, pelo menos, por mais um mês, até o mês de outubro, porque fizemos um primeiro enfrentamento pontual nas áreas aonde tivemos incêndios, mas é muito importante que se combatam as causas desses incêndios, que estão ligados à questão do desmatamento ilegal, estão ligados ao garimpo ilegal. è muito importante que essa ação se suporte das Forças Armadas com as forças estaduais sejam dadas às agências como é o caso do Ibama, ICmbio”, disse ministro Onyx Lorenzoni.
A reunião começou por volta das 11 horas, horário de Brasília, e terminou perto das 12h. Participaram do encontro os ministros da Casa Civil, Onix Lorenzoni, da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e do Meio Ambiente, Ricardo Sales.
Além da prorrogação da GLO, um outro ponto da pauta foi a criação de um sistema permanente de fiscalização monitoramento para combate às queimadas na Amazônia.
Todos os nove estados da Amazônia Legal aceitaram a ajuda oferecida por meio de decreto presidencial de GLO Ambiental, assinado no dia 23 de agosto. O decreto prevê o uso das tropas até 24 de setembro.
Sem citar números, o governador do Amazonas, Wilson Lima, disse há um redução no número de incêndios no estado obtido, segundo ele, após o trabalho de cooperação feito a partir de GLO.
“Já tivemos redução significativa nos focos de queimadas e do desmatamento. Quando em julho saíram os primeiros números, o município de Apuí aparecia em primeiro lugar com município onde havia o maior numero de focos de queimadas. Nas ultimas 48 horas, a cidade já saiu dessa lista dos dez primeiros. Os últimos número que temos referente aos dias 1ª e 2 já tivemos redução de 24 % em relação ao mesmo período do ano passado”, afirmou.
Zoneamento econômico e ecológico
Durante a reunião o governador também falou sobre a regularização fundiária de regiões chamadas por ele de “zoneamento econômico e ecológico”.
“Nos já temos no caso do estado do amazonas zoneamento econômico e ecológico do Purus, que já está assinado pelo Ministro do Meio Ambiente e que está na Casa Civil para que a assinatura aconteça pelo presidente. E nesse zoneamento econômico e ecológico inclui, inclusive, a possibilidade de o produtor aumentar a sua área de produção além dos 20% que está prevista na legislação ambiental”, afirmou.
Queimadas no bioma Amazônia
Somente nos primeiros dias de setembro, foram registrados 1.514 focos de queimadas no bioma Amazônia, de acordo com o sistema de monitoramento de focos ativos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Do início de janeiro até o dia 2 de setembro de 2019, o bioma Amazônia acumula 48.339 focos de queimadas. No mesmo período do ano anterior, foram 24.467 focos. Ou seja, o número total de focos quase dobrou desde o início deste ano, em comparação com o ano passado.
A média mensal dos últimos anos para setembro no bioma Amazônia é 33.426 focos. O recorde para o mês foi atingido em 2007, quando o índice chegou a 73.141 focos.
Maior número em 9 anos
O mês de agosto deste ano terminou com o maior número de focos desde 2010 e registrou índice 19% acima da média dos últimos 21 anos. As queimadas no bioma Amazônia aumentaram 196% em agosto, chegando a 30.901 focos ativos, ante 10.421 no mesmo mês do ano passado.
A média de focos do mês de agosto foi ultrapassada no dia 25, quando o site do Inpe indicava 25.934 focos de incêndio no bioma.