A vistoria em edifícios é fundamental para evitar acidentes e garante o estado de conservação e funcionamento de um prédio. Maior segurança, valorização do imóvel, aumento da vida útil são alguns dos benefícios assegurados aos proprietários e moradores. A falta de visitas técnicas e normas de engenharia, que preveem uma margem de segurança considerável contra acidentes, pode ocasionar tragédias, como o que aconteceu em Fortaleza (CE).
O edifício residencial de 7 andares, construído de forma irregular, desabou na última terça-feira (15) e deixou dois mortos e até agora nove desaparecidos.
Um vídeo, feito por moradores antes do desabamento, mostra a situação precária das colunas do prédio, o que deixa claro que sequer havia passado por alguma revisão eficiente.
Daniel Brito, engenheiro e presidente no Piauí da Associação Brasileira de Patologia das Construções (Alconpat), destaca que as edificações possuem sua vida útil de projeto, “que seria o período em que as construções vão estar com suas propriedades físicas garantidas, desde que tenham seguido todas as recomendações normativas durante a execução e boa qualidade na escolha dos materiais constituintes”, disse.
O engenheiro acrescenta que, ao longo do período de utilização do edifício, vários fatores podem reduzir essa vida útil, como: utilização e intempéries.
Nas vistorias técnicas são avaliadas, desde pequenas avarias até situações mais críticas, que podem exigir reparos urgentes. É essencial que ela seja feita na estrutura, instalações hidráulicas e elétricas, revestimentos externos em geral, esquadrias, revestimentos internos, elevadores, climatização, exaustão mecânica, ventilação, coberturas, telhados, combate a incêndio e Sistema de Proteção contra Descargas Elétricas (SPDA).
“Aí onde entra a importância da manutenção das edificações, verificadas através de vistorias realizadas por profissionais habilitados e que consistem em verificar se os sistemas e o toda a concepção estrutural da edificação está mantendo sua capacidade portante, e com isso garantindo a segurança e proteção dos usuários, como também verificar a possível necessidade de se realizar algum procedimento de recuperação e reforço”, explica.
Ulisses Filho, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (CREA/PI), ressalta um tipo de situação que merece atenção de moradores e responsáveis pela manutenção do prédio. “Se a ferragem ficar aparente é grave, pois ela é o que sustenta o edifício. No momento que ela começa a se deteriorar, você coloca em risco a segurança do local, então qualquer ação, que deixe aparente as ferragens, é necessário que haja intervenção o mais rápido possível no sentido de tentar corrigir esse problema inicial”, disse.
Essa semana, o CREA e demais entidades se reuniram para elaborar a minuta da Lei de Inspeção Predial, que será apresentada e discutida com o SINDUSCOM e MPPI. Depois será apresentada para apreciação e votação da Câmara dos Vereadores de Teresina. Na proposta da minuta, está a média, que a cada 10 anos a pessoa responsável pelo prédio deve procurar um engenheiro para fazer a inspeção, possíveis previsões de correções do imóvel.