O caminho do dinheiro mais fácil

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Eduardo Bolsonaro, o Zero Três, pediu ao pai a embaixada do Brasil em Washington de presente de aniversário. No último dia 10 de julho, ao completar 35 anos, ouviu dele que a embaixada seria sua. “Se eu puder dar filé mignon pro meu filho, eu dou”, justificou o presidente Jair Bolsonaro sem corar. Comovente, não?

Ontem, em Tóquio, depois de acompanhar à distância os novos lances da guerra interna que detonou no PSL, antes de viajar, o pai pediu ao filho de presente de fim de ano que abra mão da embaixada para ficar como líder do partido na Câmara dos Deputados. De todo modo, como anunciou, o pai aceitará qualquer decisão do filho.

Em jogo, nos dois casos, os superiores interesses da nova família imperial brasileira. A embaixada serviria para que Eduardo corresse atrás de futuros negócios que pudessem render algum capilé – para o país, naturalmente. O cargo de líder do PSL, para que o clã Bolsonaro controle a curto prazo o caixa milionário do partido.

O extraordinário é que tudo isso se passe aos olhos do distinto público, sob os holofotes da mídia, e sem despertar nenhuma revolta, sequer barulho. Salve o mundo novo das narrativas e da escolha pessoal da verdade. A depender de cada um, estamos diante de um escândalo ou de uma manobra política apenas esperta.

Um presidente da República se acha no direito de rasgar todo o conhecimento adquirido pelos diplomatas do seu país e afrontar os costumes da diplomacia internacional indicando o seu filho inexperiente para embaixador junto a maior potência bélica, econômica e política do planeta. Beleza!

E depois de se ocupar durante meses na caça ao voto dos senadores dispostos a aprovar a indicação desde que em troca de favores e sinecuras, o chefe da família alçado à condição de Presidente da República engata a marcha ré e escala o filho para outra tarefa que julga bem mais lucrativa. Beleza! Beleza!

Parece ensinar ao filho: siga sempre o dinheiro, garoto. O dinheiro mais fácil, seguro e imediato. E não ligue para o que os outros pensem. Com os recursos disponíveis e ao nosso alcance, parte dos outros pensará o que desejarmos. Por exemplo: que o dinheiro não nos move, mas sim a necessidade de fazermos uma faxina no partido.

Fiquem à vontade para acreditar no que quiserem. Está na moda.

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