Após anunciar a desistência de concorrer ao posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos e assumir a liderança de seu partido na Câmara, o deputado estadual Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) diz que sua responsabilidade no momento é “apaziguar o PSL”. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta quarta-feira 23, Eduardo vê como uma dificuldade nesse processo uma reconciliação com a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-líder da bancada e com quem tem trocado farpas públicas nos últimos dias.
“Ela está muito triste por ter saído da liderança do governo, perdeu 30 cargos, perdeu notoriedade, holofote e está indignada. Então, ela está, se você olhar no dicionário Aurélio, tresloucada. Tem um projeto de poder que é a Prefeitura de São Paulo. Deve estar mais triste ainda porque certamente não contará com o apoio do presidente Bolsonaro e ontem (terça-feira) o governador João Doria (PSDB) ainda falou que não vai apoiá-la”, declarou Eduardo sobre a deputada.
Em meio às críticas mútuas, Joice comentou recentemente que Eduardo comanda uma rede de fake news. “Ela está caindo no ridículo, é lamentável”, reagiu o deputado ao comentar a acusação.
Eduardo opinou, ainda, sobre o nove do apresentador José Luiz Datena para a prefeitura de São Paulo.:”é um forte candidato e todo partido o quer porque acho que ele larga com no mínimo 20% das intenções de voto”.
Sobre sua indicação não concretizada à embaixada do Brasil em Washington, Eduardo disse acreditar que teria votos suficientes para ter o nome aprovado pelo Senado. “Acredito que sim [teria votos suficientes no Senado]. Certamente a oposição vai querer dizer que eu não teria os votos e que esse foi o motivo para eu não tentar a sabatina, mas tenho tranquilidade de que teria, sim”.
O deputado disse que ser embaixador “não é um sonho” e que certamente seria o “embaixador mais cobrado do mundo”. “O senso comum acredita que isso é comer caviar todo dia e morar numa excelente casa, mas não é só glamour, tem muito trabalho”, avaliou.
Ainda sobre a embaixada, Eduardo se defendeu das críticas a respeito de seu nível de inglês. “[Meu nível de inglês é] perfect. Todas as vezes que eu precisei usar inglês, e já tive reuniões com diversas autoridades, nunca foi um problema. Até porque, quando o pessoal tem interesse de investir, e fazer negócio com o Brasil, você pode falar até mandarim que vão entender”, disse.
A respeito de uma eventual candidatura à Presidência no futuro, como sucessor do pai, Eduardo disse que aceitaria se “houvesse clamor popular”. “É uma possibilidade que eu aceitaria se fosse uma missão, como foi para Jair Bolsonaro. Não tendo outro nome ou havendo algum clamor popular, na falta de sucessores, enfim, em qualquer cenário desses. Porque é um trabalho hercúleo. A todo momento, tudo o que você faz, tem que ser dado satisfação, você é sempre o alvo. São críticas, em cima de críticas”, declarou.