Almir Brasil ajudou a criar 13 municípios; Maria Emília coordena obras de desenvolvimento socioeconômico de Rondônia

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Vontade e competência nunca faltaram ao técnico em contabilidade Almir Brasil de Souza, que fará 68 anos na próxima terça-feira (29), um dia após o feriado nacional do Servidor Público. Recentemente ele deixou a Superintendência do Estado para Resultados (EpR)* para ser coordenador financeiro do Programa Integrado de Desenvolvimento e Inclusão Socioeconômico do Estado de Rondônia (Pidise).

Nascido em Humaitá (AM), Almir Brasil é casado com dona Adelaide Orfanides Rodrigues. “Vivi a infância no seringal Piriri, jogava bola e passarinhava”, conta. O pai, Almerindo Monteiro Brasil, dono da terra, era casado com dona Enedina Brasil de Souza.

Eles criaram dois filhos naturais – Almir Júnior, ex-enfermeiro no Hospital João Paulo II, atualmente acadêmico de medicina em Ciudad del Este (Paraguai) e Amarilto, dentista em Alvorada do Oeste;  e dois adotivos – o pastor evangélico Fábio Rodrigues Ramos e Ana Cássia Rodrigues. O casal tem nove netos.

Começou a servir Rondônia em 1973, na Prefeitura de Porto Velho, durante a gestão do médico Jacob de Freitas Atallah. Era recém-formado técnico em contabilidade pela Escola Estudo e Trabalho, no Areal. Anteriormente estudou no Colégio Dom Bosco, também naquele bairro.

Aos 22 anos de idade assumiu a Contabilidade Geral, permanecendo dez anos no cargo, até 2013. Ao mesmo tempo, dedicava-se ao esporte, presidindo a diretoria do alvinegro São Domingos Esporte Clube. “Não consegui conciliar, pedi afastamento”, explicou.

A ousadia em construir novas cidades em Rondônia deixou-o famoso e requisitado. Assim, o Ministério do Interior convidou-o para trabalhar na instalação dos municípios de Bom Jesus, Brejo Grande e São João, todos desmembrados de Marabá (PA).

“Vieram me buscar aqui em Porto Velho, para eu ensinar aos funcionários como fazer empenho e a execução contábil e financeira”, conta.

Em 1984 ele assumiu um cargo na extinta Coordenadoria de Desenvolvimento e Articulação dos Municípios (Codram) na gestão de Elita Dantas, falecida.

“Me orgulho muito desse período, porque nele senti as emoções de explicar a muitas pessoas como fazer todo trabalho: comecei operando a máquina contábil NCR 31, hoje me admiro da informática fazer tudo bem mais rápido”, diz.

Seu trabalho transparente despertava a atenção do governo levou-o diretamente ao desafio maior: era preciso construir cidades, e assim o convocaram para tal.

“Nos anos 1980, eu trabalhei na instalação de dez municípios: Alta Floresta d’Oeste, Alvorada d’Oeste, Cabixi, Cacoal, Cerejeiras, Colorado do Oeste, Espigão d’Oeste, Mirante da Serra, Monte Negro, Nova Brasilândia d’Oeste, Novo Horizonte, Pimenta Bueno, Santa Luzia d’Oeste  e Urupá”, lembra.

Segundo ele, mesmo sem os modernos recursos tecnológicos de atualmente, era possível acelerar os processos e projetos. Por esse motivo, o governo estadual o convocou para atuar nos processos de intervenção na Prefeitura de Vilhena e na Secretaria de Fazenda de Presidente Médici. Também ajudou a reorganizar a administração em Guajará-Mirim.

“Em Médici, quando foi afastado o prefeito José Cunha,em Vilhena, quando saiu Vitório Abrão”, lembra.

“Valeu e está valendo ser um servidor público, o estado avança em minérios, na agropecuária, no peixe, a produção, digamos, é monstruosa, e isso nos diferencia de outras regiões brasileiras menos afortunadas”, diz.

Reconhecido, seu Brasil recebeu a Medalha Rondon, a mais alta condecoração de mérito no Estado de Rondônia. Aos jovens, um recado: “Abracem o Estado, trabalhem todos os dias até suar a camisa, a recompensa virá depois”.

MARIA EMÍLIA JÁ EXECUTOU POLONOROESTE E PLANAFLORO

“Havia muita carência de profissionais, vim, aprendi muito e executei”, relata a executora do Pidise na Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão (Sepog), Maria Emília da Silva, 63. Ela trabalha no Executivo desde o primeiro governo do coronel Jorge Teixeira de Oliveira (1979-1982).

Antes do Pidise, acumulou duas grandes experiências: coordenou o Programa Integrado de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil (Polonoroeste) e o Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia (Planafloro), ambos financiados pelo Banco Internacional Para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), o Banco Mundial.

Maria Emília é mãe de Carlos Augusto, dedicado ao mercado financeiro, Pedro Antonio, que cursa engenharia, e Tatiana, fisioterapeuta.

Como foi seu começo em Rondônia?

Eu vim de Manaus. Era pedagoga e trabalhava com o prefeito Teixeirão. Ele me incentivou a cursar saúde pública, e me formei sanitarista pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Como era a Rondônia do seu tempo?

Quando ingressei no Polonoroeste, senti Rondônia carente de recursos na sua construção. O Polonoroeste e em seguida o Planafloro, décadas atrás, proporcionaram recursos para atender diversas demandas de infraestrutura.

A senhora pode comparar Rondônia de ontem com o atual Estado?

Se me perguntar por que, muitas vezes, demoramos a avançar, lhe digo que isso não se deve aos nossos bons engenheiros, mas à falta de um banco de dados que nos atenda permanentemente. Projetos são bem estruturados, porém, não são funcionais, já que sua concepção se dá em gabinetes, quando eles exigem maior contato com a realidade. Ontem víamos Rondônia com um olhar, hoje ele é diferente.

Como é essa realidade?

É muito distinta, porque cada lugar tem suas peculiaridades, e elas devem ser componentes dos projetos. Todas as dificuldades em conhecer essa realidade têm que ser vencidas. Rondônia é um centro de oportunidades em constante construção. Em função do equilíbrio fiscal, permite-se que a população economicamente ativa continue sonhando com melhores horizontes. O investidor prefere estes rincões amazônicos aos centros mais desenvolvidos, cujas variáveis de insegurança, por exemplo, são fator de risco.

 

No Dia do Servidor, qual a sua mensagem aos colegas e às autoridades estaduais?

Aqui (apontando as baias com a sua equipe) prezamos muito o servidor, a quem devemos respeito, independente de idade. Mudanças são naturais, se estabelecem e são legitimadas. O inaceitável é a desvinculação de pessoas de chefias anteriores, uma vez que somos servidores do Estado, não de pessoas. Na medida em que é respeitado, o servidor se entrega totalmente ao serviço profissional e, consequentemente, à sociedade.

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* No atual governo, o EpR substitui a extinta Superintendência Estadual de Assuntos Estratégicos (Seae).

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