Áudios vazados: Polícia Civil de Rondônia anuncia afastamento de delegados, apuração do caso e pedido ao MP para investigar imprensa

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Em nota divulgada na noite desta quinta-feira, assinada pelo delegado geral Samir Fouad Abboud, a direção da Polícia Civil de Rondônia anunciou o afastamento dos delegados da  Delegacia de Repressão às Atividades Criminais Organizadas (DRACO) e a abertura, desde terça-feira, 29, de uma apuração, pela Corregedoria, de fatos relacionados à divulgação de áudios atribuídos ao delegado Júlio César, em que este declara que a instituição induziu deliberadamente a erro o desembargador Oudivanil de Marins, do Tribunal de Justiça, para que o magistrado deferisse pedido de busca e apreensão na casa do ex-governador Daniel Pereira durante a segunda fase da Operação Pau Oco que investiga possíveis atos de corrupção na Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental.

Horas antes da nota ser divulgada, vieram a público novos áudios atribuídos ao mesmo delegado. Desta vez o foco é o presidente do Tribunal de Justiça de Rondônia, Walter Waltenberg Silva Júnior. Na gravação, o delegado fala na  possibilidade de seus colegas de Polícia Civil “terem o gostinho de trabalhar diretamente com o procurador geral da República” para “prender o presidente do Tribunal de Justiça”. As gravações não explicam se  existe alguma investigação policial contra o magistrado, mas, nestes áudios  o delegado cita diretamente seu superior hierárquico, o delegado geral.

Júlio César diz na gravação que vai preparar  uma “emenda  demoníaca”  para que Samir apresente ao presidente do Poder Legislativo Estadual,  Laerte Gomes (PSDB), a fim de “quebrar a pica dele lá na Assembleia  (referindo-se a Waltenberg)” , para esvaziar os poderes do presidente do Tribunal de Justiça de Rondônia. “Aí é que ele vai pegar ódio de mim mesmo”, diz.

INVESTIGAÇÃO CONTRA A IMPRENSA

Em sua nota, a Polícia Civil informa que oficiou ao Ministério Público para que investigue supostas ofensas da imprensa ao delegado geral e diz que encaminhou ao MP prints e áudios sobre reportagens publicadas a respeito do caso. Segundo a interpretação da polícia, foram atribuídos fatos criminosos ao delegado geral. A instituição afirma que serão investigados, inclusive, fatos que ainda vierem a ser divulgados e que possam macular a imagem da instituição e de seus servidores.

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