Em Cacoal, indígenas são maioria dos alunos em curso voltado ao Turismo de Pesca

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Desde o dia 14 de outubro, 11 alunos, em sua maioria indígenas da etnia Paiter Suruí, se reúnem nas aulas do Curso de Condutor de Turismo de Pesca, oferecido pelo Governo de Rondônia, por meio da Superintendência Estadual de Turismo (Setur), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercia (Senac), em Cacoal. O curso segue até dia 8 de novembro.

O curso tem como objetivo principal desenvolver conhecimentos e habilidades naqueles que querem utilizar a pesca esportiva como atrativo turístico em sua região. Vem daí o grande interesse dos indígenas, que vêem no turismo sustentável um grande potencial na geração de renda dentro das aldeias, preservando o ambiente em que vivem. Dos 11 alunos do curso, 10 são indígenas.

“Queremos levar o turista para dentro da nossa aldeia, por isso o meu interesse nesse curso, a pescaria é um bom caminho e queremos aprender mais. Essa iniciativa é muito importante pra gente, para o turismo dentro da aldeia. Porque a pesca é um atrativo, tem muita gente que gosta de pescar, que vem de longe, e a gente vai oferecer todas as condições para que os pescadores escolham ir pescar na nossa aldeia”, destaca Ailton Suruí.

Ailton pertence a Aldeia Linha 10 Central, localizada há aproximadamente 50 quilômetros de Cacoal. Lá, vivem cerca de 20 famílias que agora buscam, através dos Rios Jacaré e Rio Branco, oportunizar um novo destino de pesca para rondonienses e pescadores de todos os cantos do Brasil.

“Neste curso aprendi muitas coisas, principalmente que a gente tem que cuidar das florestas e dos nossos rios. Temos na aldeia o rio Branco, o rio Jacaré e outros rios. E nesses rios temos muitos peixes, tem o pintado, o pacu, o tucunaré, o jaú, piranhas, temos muitos peixes que os pescadores vão poder ir pescar. Então nesse curso eu vi que a gente pode gerar emprego na nossa aldeia e trazer renda para as nossas famílias. E vamos fazer isso, cuidando da Floresta, através da pesca esportiva”, ressalta o indígena.

Ailton Suruí reforça que além da pesca esportiva, a ideia é valorizar a cultura Paiter Suruí. “Se os pescadores vão pescar lá na nossa aldeia, a gente quer estar preparado para receber o turista. A gente quer que ele experiente as comidas que comemos, quer que eles conheçam a nossa cultura, as moradias tradicionais do povo Paiter Suruí, a gente quer que eles vejam como vivemos e como usamos a floresta”, reforça.

Durante o Curso de Condutor de Turismo de Pesca, a ideia é tornar os alunos aptos a conduzir visitantes e turistas em atividades de pesca, a partir de roteiros pré-estabelecidos, com segurança e bem-estar, de forma preservacionista e sustentável, favorecendo o desenvolvimento socioeconômico da região e do estado.

Dentro do curso, os alunos estudam a qualidade no atendimento e relacionamento humano, legislação e educação ambiental na pesca, prática de pesca e técnicas de soltura evitando danos à integridade do peixe, bem como estudam as espécies de peixes encontradas nos rios da região e, ainda, uma infinidade de conhecimentos relativos à pesca.

“Eles estão aprendendo muitas coisas, desde o atendimento inicial ao turista, como se comportar junto ao turista, como ressaltar os potenciais, e hoje estamos aqui numa aula prática, voltada ao pesque e solte. Desde o comportamento dentro do barco, primando pela segurança dos ocupantes, o manuseio dos equipamentos de pesca e técnicas de captura e soltura dos peixes, para que causem o menor dano possível ao animal”, destaca a professora Vanessa Bressan, condutora de turismo de pesca.

A aula prática citada por Vanessa está acontecendo no Rio Machado em Cacoal. Os alunos  estão sendo divididos em equipes e nos períodos matutino e vespertino estão colocando em prática todo os conhecimentos adquiridos em sala de aula.

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