Dezenas de venezuelanos recebem ajuda importante da Prefeitura de Vilhena desde março. Nesta semana o maior grupo registrado desde então, com mais de 20 integrantes, foi atendido pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) com alimentação, transporte, orientações de segurança e ajuda humanitária.
“Na terça-feira, dia 12, nos reunimos com um grupo de 23 venezuelanos, com várias crianças, para atendê-los, na Praça Angelo Spadari. Como precisavam seguir viagem, providenciamos o transporte através de veículo e motorista da Semas mesmo, que os levaram para Cuiabá, no Mato Grosso. Visto que o grupo era grande, foi mais barato deslocarmos nosso veículo do que adquirir passagens para cada um. Ficamos felizes em poder atendê-los e contribuir para chegarem a seu destino”, conta Patrícia da Glória, secretária municipal de Assistência Social.
A secretária informa que como índios venezuelanos, os integrantes dos grupos que atualmente passam por Vilhena, têm por tradição manter as crianças perto de si, mesmo durante o tempo em que passam pedindo dinheiro nos semáforos. As 23 pessoas ajudadas eram pertencentes a três famílias, compostas por pais, mães, filhos, netos, inclusive um bebê.
Destes, uma mulher decidiu voltar para Porto Velho, encontrar o marido, e recebeu passagem. Através de doações da igreja Católica e de voluntários em geral, o grupo arrecadou colchões, roupas e fogão. “A Igreja Católica foi muito parceira, deixou eles dormirem na paróquia, serviram café da manhã, almoço e janta. Ainda mais: enquanto estávamos organizando a viagem, doaram mais alimentos para consumirem no percurso”, conta Patrícia.
Os atendimentos da Prefeitura acontecem desde 2018, mas em 2019 a quantidade aumentou. De março a novembro deste ano a Semas atendeu dezenas de pessoas em situação de rua e em trânsito, de várias nacionalidades: 63 venezuelanos, 40 brasileiros, 4 colombianos, 6 argentinos e 1 peruano.
A Prefeitura através de seus programas sociais ofereceu muita ajuda: o Creca (Centro de Referência da Criança e do Adolescente) forneceu alimentação, o Centro de Atendimento ao Idoso proporcionou atividades e refeições, o Abrigo do Menor acolheu as crianças, e o Cras (Centro de Referência em Assistência Social) também prestou ajuda no cadastramento, recebimento e orientação.
O Creas (Centro de Referência Especializado em Assistência Social), por sua vez, fez abordagens adicionais a seis venezuelanos de um novo grupo que ainda permanece na cidade, sendo três crianças. “A equipe de Abordagem Social foi até semáforos e vias públicas, bem como praças, marquises de igrejas em vários bairros. Oferecemos um lanche para promover a aproximação e acolhida dos indivíduos. Cadastramos seus dados pessoais e prestamos orientações de segurança para sua permanência nas avenidas, especialmente com as crianças. Estes não estão em situação de rua, visto que possuem local de moradia. Mesmo assim encaminhamos todos para inserção na rede de serviços socioassistenciais do município, conforme a possibilidade”, revela Lorena Martins, coordenadora do Creas em Vilhena.