Segundo dados repassados pelo setor de cadastros de doação de medula óssea da Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Rondônia (Fhemeron), o estado é o primeiro da região Norte em cadastramentos de doadores dos últimos anos na soma total do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), registrando 106 mil cadastrados até o início deste mês.
No país, são 4,980 milhões de pessoas cadastradas no Redome, onde ficam até completarem 60 anos de idade. Para se cadastrar, o assistente social da Fhemeron, Dimarães da Silva, explica que o voluntário não pode ter Aids, câncer ou qualquer outra doença autoimune, e deve estar na faixa etária de 18 a 55 anos de idade incompletos, ou seja, 54 anos, 11 meses e 29 dias.
“A princípio, como é um cadastro, o voluntário procura a Fhemeron, onde fazemos o cadastro e realizamos a coleta de 5 ml de sangue. Munidos de documentos pessoais, o interessado deve estar bem alimentado, pois no mesmo dia do cadastro já é realizada a coleta, que é procedimento rápido e seguro”, conta.
Em Rondônia, cerca de 25 pessoas já passaram pelo transplante como doadoras para receptores de outros estados e, no ano de 2018, duas fizeram doação internacional. Anualmente, a Fhemeron considera aproximadamente 15 receptores à espera do transplante de medula óssea, e uma média de 50% desse número chega a receber a doação. No Brasil, a chance de encontrar um doador compatível é de uma em 100 mil.
Dimarães esclarece que, quando acontece o adoecimento e a indicação de transplante, a primeira busca pela compatibilidade é no meio familiar. “São os irmãos, tios e primos que podem ter maior possibilidade, sendo que irmãos tem 25% de chance, e tios ou primos tem 5% de chance de ser compatível com o paciente. Se não, a procura deve ser no Redome”.
O paciente é registrado em um sistema, criado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), chamado Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme). Junto ao Redome, o sistema do Inca busca alguém que seja compatível com os pacientes cadastrados. “Apesar de ser gerido pelo Inca, o sistema é um banco internacional, qualquer pessoa de qualquer lugar do mundo pode fazer essa busca”, completa o assistente social.
A preocupação que um voluntário deve ter é a atualização de dados junto ao sistema de cadastros. “Mudou de endereço ou telefone, o doador deve nos procurar aqui na Fhemeron para atualizar as informações, ou entrar no site do Inca, www.inca.gov.br/doador e fazer a atualização. No mais, é aguardar. Às vezes a pessoa se cadastra e ao passar de dois ou três anos sem dar resultado de compatibilidade, não precisa ficar preocupado pensando que nunca vai dar certo. O doador tem até os 60 anos de idade para esperar estando cadastrado no sistema e uma hora pode acontecer”, conclui o profissional.