Secretaria Estadual de Educação vai imprimir e distribuir obras de autores regionais em escolas de Rondônia

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Desde que utilizem técnicas para transmitir conhecimentos ao público estudantil e à sociedade em geral, autores escritores rondonienses, finalmente, terão seus livros usados pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc).

Aproximadamente 20 autores da Capital e do interior estão em condições de descrever a Rondônia de ontem e de hoje, avaliou hoje (10) o secretário de Educação Suamy Vivecananda.

Ele destacou a importância de livros atualizados, cuja impressão deverá ser autorizada a partir deste ano em indústrias gráficas locais. “Nossa Terra, nossa gente Teixeirão são dois deles”, destacou.

Via Fundação de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa (Fapero), a Seduc inicialmente investirá R$ 800 mil para contemplar publicações de história, geografia e literatura. Novos recursos virão, até o segundo semestre.

Os livros de novos autores deverão fortalecer o ensino de história e geografia, encampando a sociologia, atualizando dados econômicos, e destacando ainda arranjos produtivos de cada região. A relação entre o local e a formação da identidade é um dos novos focos do conhecimento histórico escolar.

Suamy lembrou que, em décadas passadas, a diversidade regional aparecia nos livros escolares, porém, isso ocorria frequentemente com elementos folclóricos, ou seja, das danças, rituais, artesanato e pratos típicos. “Por isso, hoje, é fundamental consideramos as lutas populares, o esforço empresarial, as etnias todas, na construção social e nas transformações culturais ocorridas ao longo do tempo”, explicou.

“A boa estética, o conteúdo, e o interesse regional facilitarão os investimentos nessa área essencial para nós todos”, disse o secretário.

O governador Marcos Rocha determinou total empenho da Fapero nas avaliações de livros com ênfase a ciências humanas, história e desenvolvimento econômico. Ao mesmo tempo, segundo disse o secretário, Rocha atenderá aos pleitos da Assembleia Legislativa no sentido de prestigiar autores regionais.

Internamente, a Seduc também buscará concentrar toda legislação para prestadores de concursos públicos no Estado. Daqui para frente, os concursos deverão conter uma parte de questões obrigatórias referentes à construção do Estado. “É aí que foram bem aceitas as contribuições de cada um, de acadêmicos a parlamentares”, disse a diretora geral da Seduc, professora Irany Oliveira.

Um grupo de trabalho supervisionado pela Casa Civil estuda a sistematização histórica de cada município, a fim de obter êxito no atendimento às coordenadorias de educação em diferentes regiões rondonienses.

Lembrou que durante algum tempo, era comum a Secretaria adquirir livros capa dura, enciclopédias, entre outros. “Infelizmente, eles não saíam das prateleiras e das estantes”, queixou-se.

Inicialmente, aquisições de livros exigiam licitações, lembrou a diretora Irany.

Conforme ela explicou, a Procuradoria Geral do Estado e a Superintendência Estadual de Licitações orientaram e corrigiram métodos de avaliação de ofertas, enquanto a Fapero avalia os candidatos. “Tivemos respostas seguras”, salientou.

Segundo Irany, o edital de chamamento público possibilitará o ingresso desses autores no rol daqueles detentores de conhecimento a respeito de Rondônia. “Pessoas que ainda não foram contemplados com a circulação de suas obras em escolas, bibliotecas e demais repartições públicas”, assinalou.

“Queremos livros que não fiquem guardados, mas para serem sempre pesquisados”, disse o secretário Suamy.

Situações vividas por diversos autores de reconhecido saber caminham agora para a solução, casos, por exemplo, da professora e acadêmica Yedda Borzacov, de Porto Velho, e do professor doutor em química Rosalvo Stachiw, docente dos cursos de Engenharia Florestal e Agronomia no campus de Rolim de Moura (Zona da Mata) da Universidade Federal de Rondônia.

Uma das reivindicações foi de autoria do deputado Jair Montes, com fundamento na Base Nacional Comum Curricular e no Programa do Livro Didático.

As aquisições também contemplam temas transversais definidos pelo Ministério da Educação, abordando valores referentes à cidadania: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual, Trabalho e Consumo e Pluralidade Cultural.

No âmbito geral, a Seduc dará seguimento à aquisição direta de kits de literatura infantojuvenil, incluindo o do Exame Nacional do Ensino Médio. “Alunos jovens e adultos estavam carentes de diversos livros”, anunciou a diretora.

A clientela escolar também receberá livros com temas indígenas e quilombolas, e de educação especial, a exemplo do primeiro em Braile [de Louis Braille, introdutor da leitura para cegos] que só chegou à Seduc no ano passado.

Esses livros serão todos entregues às 18 coordenadorias regionais de educação e às bibliotecas públicas municipais.

Paralelamente a publicações que mostrem a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, o Memorial Jorge Teixeira e o Memorial Rondon, em Porto Velho; a estação do trem e o Museu Regional em Guajará-Mirim; o Forte Príncipe da Beira em Costa Marques; a Casa de Rondon em Ji-Paraná; e o marco geodésico em Vilhena; a Seduc prosseguirá estimulando visitas de estudantes a esses locais.

Em 2019, Setur e Seduc levaram alunos para conhecer o Museu Rondon, na Vila Santo Antônio do Madeira.

Neste início de 2020 prosseguirão mostras de estudantes artistas na Casa de Cultura Ivan Marrocos.

A resposta do Estado às sugestões e reivindicações feitas por escritores, jornalistas, acadêmicos e políticos, entre outros, teve participação direta de outros órgãos governamentais. Suamy destaca-os e elogia “pela participação, conscientização e incentivo”: Agevisa, Funcer, Sugesp, Seagri, Sedam, Sedi, Sejucel, Sesau, Setur, Polícia Militar e Batalhão de Polícia Ambiental.

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