Cientistas criam robô ‘vivo’ usando células-tronco de sapos

Células de embriões foram reprogramadas para funcionar de forma diferente da original e, juntas, criaram um organismo completamente novo: o chamado 'xenobot'

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Pesquisadores dos Estados Unidos desenvolveram pela primeira vez um robô com partes vivas. Os chamados “xenobots” podem se movimentar em uma determinada direção, transportar coisas e – talvez o mais incrível – curar a si mesmos quando sofrerem algum ferimento.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (14) por um time de cientistas da Universidade de Vermont e da Tufts University. A pesquisa foi publicada na terça (13) na revista acadêmica “Proceedings of the National Academy of Sciences”.

Eles afirmam ser a primeira vez que uma “máquina biológica” é desenhada desde o início até sua realização. Segundo Joshua Bongard, especialista em computação e robótica, e um dos líderes da pesquisa, “essas são máquinas vivas totalmente novas”.

“Eles não são nem um robô tradicional nem uma espécie conhecida de um animal. É uma nova classe de artefato: um organismo vivo, mas programável”, declarou, em nota no site da Universidade de Vermont.

Como foi feito

Para chegar a esse resultado, eles usaram um super computador em Vermont para desenvolver e programar o organismo, por meio de algoritmos e outros métodos avançados. Depois, a ideia foi elaborada e concretizada também por biólogos na Tufts University.

A espécie de sapo usada na pesquisa é o Xenopus laevis, por isso o nome do robô é o “xenobot”.

Suas células-tronco embrionárias foram separadas, incubadas e depois unidas novamente no formato desejado pelos cientistas, em microscópio, produzindo células de pele e de músculos cardíacos em tecidos originais. As células começaram a trabalhar sozinhas, mesmo quando unidas de forma nunca vista antes na natureza.

As células de pele unidas às de coração, com um “cérebro” programado em computador, formam um robô capaz de se movimentar por conta própria.

Sapo da espécie 'Xenopus laevis' — Foto: Visual hunt / CC BY /  Brian Gratwicke

O que pode render

Outro líder da pequisa, Michael Levin, que dirige o Centro para Biologia Regenerativa e de Desenvolvimento na Tufts University, declarou que podem ser idealizadas muitas tarefas para esses novos robôs.

Entre elas, o trabalho em áreas onde os seres humanos não podem ir, como terrenos contaminados por radioatividade, por exemplo.

“Também podem recolher microplásticos nos oceanos e viajar nas artérias para remover uma placa”, explica.

Testes mostraram que, quando trabalham juntos, grupos de xenobots podem agir de forma espontânea e coordenada.

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