Na manhã da quarta-feira (5), a Polícia Técnico-Científica de Rondônia (Politec) realizou, no salão de auditório da Escola de Governo, em Porto Velho, a Capacitação em Identificação Preliminar de Cocaína e Maconha, as chamadas drogas de abuso. A palestra, ministrada pelo diretor do Instituto Laboratorial Criminal, Francisco Clayton, foi das 8h às 13h.
O evento também acontece em Rolim de Moura e São Miguel do Guaporé até sexta-feira (7), com convite a profissionais da Polícia Militar, Polícia Civil, servidores da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesdec) e Aeronáutica.
O palestrante explica que o Artigo 50 da Lei Antidrogas, nº 11.343/2006 prevê que, em locais onde não existe a perícia, a autoridade policial realiza a apreensão e pode encaminhar à pessoa treinada no Batalhão para a identificação. “Já temos conversas em andamento com a PM, o Exército já solicitou esse tipo de material para nós, e estamos bem adiantados com a Aeronáutica, que inclusive nos próximos dias já estará enviando cinco profissionais para realizar os exames preliminares”, conta.
O curso prático deve acontecer no laboratório da Politec, mas o conhecimento teórico já está sendo adquirido com a capacitação. Na mostra prática são utilizadas drogas sintéticas, cocaína e maconha. “Hoje, um policial militar que está na cidade de Alto Paraíso, onde não tem polícia técnica e nem perícia, ele precisa se deslocar até Ariquemes, percorrendo cerca de 50 quilômetros para poder deixar a apreensão de droga na delegacia de lá, transcrever a ocorrência, e lá será feita a identificação”, revela.
O problema dessa demora é, segundo Francisco, que a cidade de origem da equipe policial fica desguarnecida em torno de duas a três horas, considerando o pequeno quantitativo policial da localidade. “Às vezes, por causa de algumas ‘parangas’ de usuário, a população pode ficar sem reforço caso aconteça algo mais grave”, completa.
Francisco Clayton acrescenta que, em caso de apreensão de drogas, em 24 horas o caso tem que chegar ao Judiciário, e a substância suspeita já tem que estar identificada. “Baseado nessa identificação é que o juiz vai determinar, pela quantidade e tipo de droga, se o suspeito é usuário ou traficante, se vai preso ou responder solto. Por isso é tão importante a capacitação e a iniciativa por parte das demais instituições, além da Polícia Civil, de também realizarem a preliminar”.