A Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) confirmou, nesta terça-feira (17), os três primeiros casos do novo coronavírus (Covid-19) no estado do Acre. A informação foi confirmada nesta terça em coletiva junto com o governador Gladson Cameli.
O secretário de Saúde, Alysson Bestene, disse que os casos são de um homem de 30 anos e uma mulher de 50, que chegaram de São Paulo, e outra de 37 anos, que estava em Fortaleza. Após a confirmação em laboratório regional, o Estado aguarda a contraprova.
Os casos, todos registrados em Rio Branco, só serão validados após confirmação do Ministério da Saúde. “Estamos aguardando a reposta, a contraprova, que encaminhamos para o instituto de referência do país. É lá que vai ter a confirmação definitiva”, disse.
Todos os pacientes estão com sintomas leves e estão sendo acompanhados pela Vigilância Epidemiológica e estão todos em quarentena domiciliar.
Um dos pacientes procurou a rede particular de saúde e ps outros dois foram no pronto-socorro de Rio Branco. Os primeiros casos descartados no estado foram no último dia 10.
As confirmações ocorreram no mesmo dia em que o governador Gladson Cameli declarou, no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (17), situação de emergência devido à pandemia de Covid-19.
UPA como referência
A unidade de referência para os atendimentos da Covid-19 é a UPA do Segundo Distrito, segundo a Saúde. Porém, a orientação é que as pessoas só busquem atendimento quando sentirem realmente os sintomas.
A prefeita Socorro Neri, de Rio Branco, diz que pretende antecipar a vacinação contra gripe, além de decretar situação de emergência. Os casos registrados no Acre foram todos de pacientes que estavam em outros estados e não há ainda contaminação comunitária.
As aulas foram suspensas, tanto na rede particular como na pública, por 15 dias. “Esses três casos são considerados importados, não há nenhum caso de transmissão comunitária, de modo que o momento que estamos agora é de tomada de decisões”, pontua.
‘Vou parar tudo’
“Vou parar tudo. Vou priorizar a saúde”, disse o governador do Acre ao afirmar que não perderia mais tempo e que tomaria medidas mais rígidas para o controle da doença no estado.
A recomendação é que as pessoas evitem locais aglomerados, como shopping, academia e outros. Shows também serão cancelados, segundo o governo.
“Não vou esperar confirmação de contraprova para tomarmos as medidas cabíveis. É uma situação grave que a gente precisa do apoio da sociedade. Quero pedir que a população utilize da rede pública só em casos de sintomas e de uma necessidade mesmo, porque a pandemia é uma situação que a gente tem que poupar também os profissionais e a rede pública de saúde”, pontuou.
Todos eventos e agendas governamentais foram cancelados. Ao todo, são 58 leitos de UTI, 48 em Rio Branco e 10 no interior do estado, para atender possíveis internações. “Tudo que o estado vai necessitar, a Sesacre está providenciando pelos meios jurídicos”, garantiu.
O decreto 5.465, de emergência, válido por 30 dias e podendo ser prorrogado, aponta ainda que as recomendações valem até que a emergência em saúde prevaleça, assim como determinou o Ministério da Saúde.
Visitas em presídios suspensas
Para manter o controle dentro das unidades penitenciárias do estado, Cameli determinou que o Instituto de Administração Penitenciária do Estado e do Instituto Socioeducativo do Estado (Iapen-AC e ISE-AC) suspendessem as visitas sociais por 15 dias.
Para os advogados, o período de suspensão é de cinco dias, “salvo necessidades urgentes ou que envolvam prazos processuais não suspensos”.
As escoltas também seguem suspensas por 15 dias, mas com “exceção de requisições judiciais, inclusões emergenciais e daquelas que por sua natureza, precisam ser realizadas”, determina o decreto.
Sem eventos grandes
Os servidores da Saúde e Segurança também estão proibidos de tirar férias e licenças durante este período. Também ficam proibidos eventos com o público maior do que 100 pessoas. Já os eventos esportivos, se não forem suspensos, devem ocorrer sem a participação de público ou torcida.
As viagens de servidores também foram suspensas.
“Fica autorizada a realização de despesas, inclusive com dispensa de licitação, para a contratação de profissionais e pessoas jurídicas da área da saúde, aquisição de medicamentos, leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e outros insumos, observadas as disposições legais aplicáveis”, estipula.
Além disso, o governo deve emitir um boletim informativo, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre), atualizando a situação de emergência decorrente do coronavírus. As informações vão constar no site do governo.
O decreto finaliza criando um Comitê de Acompanhamento Especial do Covid-19 que vai propor, acompanhar e avaliar as ações e os resultados das determinações.
Pandemia
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quarta (11) a pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2).
Na manhã desta terça-feira (17), no momento em que a morte foi anunciada pelo governo de São Paulo, havia 314 casos da doença causada pelo vírus em todo o Brasil, confirmados pelas secretarias de Saúde dos estados.
Boletim do Ministério da Saúde desta segunda-feira (11) confirmava 234 casos. Além dos casos confirmados, o Ministério da Saúde contabilizava até segunda-feira:
- 2.064 casos suspeitos
- 1.624 casos descartados
- 18 pessoas estão hospitalizadas (7% do total)