O novo boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) confirmou 17 casos do novo coronavírus no estado. De sábado (21) até esta segunda-feira (23), o aumento foi de seis casos.
O governador Gladson Cameli e o secretário de Saúde, Alysson Bestena já haviam anunciado, em uma coletiva, o aumento dos casos no estado.
O boletim aponta que a Saúde recebeu 199 casos suspeitos, descartou 180, confirmou 17 e mais dois seguem em análise. Todos os pacientes confirmados estão em Rio Branco, sendo quem um deles, uma advogada, e o senhor de 81 anos estão internados, sendo a mulher em uma rede particular e o senhor em na UPA do 2º Distrito.
Foram feitos testes também em Brasileia (5), Cruzeiro do Sul (18), Feijó (6) e Xapuri (2), mas todos foram descartados. Pelo menos 14 casos seguem no aguardo da contraprova do Instituto Evandro Chagas, em Belém.
O primeiro caso confirmado é de um gerente-comercial de 42 anos que esteve em Belo Horizonte e em São Paulo. Outros quatro casos tiveram como ponto inicial de contaminação o presidente de uma cooperativa agroextrativista de 81 anos, que está internado na UPA do Segundo Distrito.
São eles: um parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado do Acre de 39 anos, um assessor político de 35, um pecuarista de 45 anos e uma empresária de 44 anos.
A sexta pessoa contaminada é uma cobradora-comercial de 34 anos, que contraiu a doença da sua chefe imediata, a empresária de 44 anos mencionada.
Políticos conhecidos do Acre usaram suas redes sociais, na manhã desta segunda, para informar que estavam infectados com a doença.
Cesário Braga, presidente do PT, Daniel Zen (PT) e o ex-senador Jorge Viana (PT) divulgaram notas e vídeo falando sobre o estado de saúde de cada uma e pedindo também que pessoas que tenham tido contato com eles e que apresentarem os sintomas façam também o exame.
Semana decisiva
Na manhã desta segunda-feira (23), o governador Gladson Cameli e o secretário de Saúde, Alysson Bestene, fizeram mais uma vez um apelo para que a população siga as orientações e permaneça em casa. Segundo a gestão, essa é a maneira mais eficaz de evitar a proliferação do vírus no estado.
“É importante lembrar que a gente precisa ficar vigilante, essa etapa de vigilância é preciso para que a gente não aumente esses casos. Todos os casos estão na capital, uma medida que a gente tem tomado é que esses casos não cheguem no interior. É um momento que todos nós, acreanos que somos, que continuemos no isolamento social”, pediu Bestene.
O secretário disse ainda que o estado tem 58 leitos de UTI, tanto na capital como no interior, disponíveis para atender, caso necessário, casos de Covid-19. Mas, dos casos confirmados apenas dois seguem internados em observação.
“Vamos também montar uma semi-intensiva em Brasileia. Estamos trabalhando sempre o pior cenário, mesmo que tenhamos trabalhado de forma preventiva. O trabalho é sempre pensando no pior cenário, por isso, a gente pede que todos estejam inclusos nessas luta”, pontuou.
O governador Gladson Cameli destacou ainda que tem tomado todas as medidas necessárias para garantir a segurança do estado, tanto no cenário de saúde, como também econômico. Ele disse ainda que deve atualizar o decreto em que limita os atendimentos nas empresas acreanas.
Cameli disse ainda que um comitê econômico tributário deve acompanhar os impactos no estado. “Estamos em uma semana decisiva sobre o aumento ou não de casos”, disse.
Por isso, mais uma vez, o governador pediu que os acreanos permaneçam em casa e foi rígido ao dizer que a polícia está autorizada a tomar todas as medidas para que as determinações sejam seguidas.
“É uma situação de nível mundial, outros países de primeiro mundo estão tendo dificuldade, imagem nós. Estou preocupado com o que pode vir. Não posso dizer que estou tranquilo, todos nós, seja governador, secretário, podemos ser pegos de surpresa com o que diz respeito a esse novo vírus. Minha preocupação é em salvar vida”, enfatizou.
Cameli diz ainda que o que está fazendo é um “pacto pela vida”. Em sua fala pediu ainda que os pais evitem levar crianças e idosos ao supermercado.
“Vamos fazer um pacto pela vida, pelas pessoas. Acabar com discussões desnecessárias. Quero pedir o apoio da sociedade, que venha nos ajudar, que possamos virar essa página e ter uma tranquilidade para termos novamente o direito de ir e vir.
Imigrantes e merenda
O governador disse ainda que está conversando com a prefeitura a melhor maneira de atendimento aos imigrantes que estão chegando nas cidades acreanas.
Ele disse também que tem estudado uma maneira de levar a merenda para as crianças mais carentes, que estudam na rede pública de ensino do estado.
“Vamos fazer o que está dentro de nossas possibilidades, estamos em contato com o governo federal, mandamos kits de sacolões queremos colocá-los em abrigos que possam ser atendidos melhor, estamos fazendo parceria. Com o fechamento das fonteiras podemos dar uma melhorada no quis diz respeito a entrada”, disse.
“Sobre a merenda, tenho pensado nelas todos os dias. Estou esperando passar essa semana, que é decisiva. Levar as crianças para as escolas vai contra meu discurso, mas estamos estudando um meio de levar o prato de comida para quem precisa”, finalizou.
Decretos governamentais
Como medida de contenção da proliferação da doença, o governo do Acre publicou um decreto, na sexta, suspendendo a circulação e ingresso no estado de veículos de transporte coletivo interestadual e internacional de passageiros, público ou privado. A exceção é para os casos transporte de pacientes.
O transporte entre municípios com desembarque na rodoviária também teve a frota reduzida em 50%.
Conforme o governo, para assegurar as fiscalizações, a Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Vigilância Sanitária, além de outros órgãos fiscalizadores, devem manter equipes nas fronteiras, rodoviárias e nas ruas.
Em uma edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE), o governador decretou ainda o fechamento de shoppings, bares, boates, lanchonete, restaurantes, lojas e outros estabelecimentos.
Só podem funcionar mercados, supermercados, farmácias e drogarias, padarias, distribuidoras de água e gás, hospitais e outros setores essenciais.
Os comerciantes que desrespeitarem o decreto governamental que suspende as atividades não essenciais no estado, podem responder criminalmente por desobediência.
Na terça-feira (17), foi decretado situação de emergência devido à pandemia de Covid-19. O decreto 5.465, válido por 30 dias e podendo ser prorrogado, aponta ainda que as recomendações valem até que a emergência em saúde prevaleça, assim como determinou o Ministério da Saúde.
Também na sexta (20), a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) aprovou o pedido de calamidade pública enviado pelo governador Gladson Cameli à Casa. O pedido foi aprovado por unanimidade e tem validade até dezembro deste ano.
A pandemia de Covid-19 foi declarada no dia 11 deste mês pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O G1 organizou uma lista com as alterações informadas pelas instituições. Ela será atualizada sempre que uma nova mudança for divulgada.