Durante pandemia, amigas fabricam e doam máscaras para pessoas em situação de rua em RO

As assistentes Vanessa e Tairine dizem que o trabalho é realizado pensando no próximo. "Ao entregar as máscaras muito deles agradeciam, falando que alguém lembrou deles".

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As assistentes sociais Tairine Arruda e Vanessa Paz fabricaram e entregam várias máscaras às pessoas em situação de rua em Porto Velho. A ação solidária é para evitar a propagação do coronavírus no estado.

Em Rondônia, segundo o boletim mais recente da Secretaria de Estado de Saúde (Sesau), há três casos confirmados para a Covid-19. Dois são pacientes de Porto Velho e o outro de Ji-Paraná.

Tairine conta que a ideia de entregar máscaras surgiu no momento em que elas perceberam a falta de um cuidado específico com essa população.

Vanessa Paz e Tairine Arruda entregaram as máscaras no último fim de semana — Foto: Vanessa Paz/ arquivo pessoal
“Eles não têm suporte, não têm ajuda. O fato da nossa cidade não ter um centro de acolhimento emergencial acaba dificultando fazer qualquer tipo de prevenção”, diz.

Na área da saúde há mais de 12 anos, Vanessa confeccionou as máscaras e, antes de entregá-las, as embalou. O trabalho, segundo ela, valeu o esforço.

“Liguei para as lojas em Porto Velho, mas não encontrei nenhuma máscara para vender. Foi quando decidi que ia confeccioná-las. Me preparei, usei os EPI’s e confeccionei 50 unidades. Depois embalei em plásticos novinhos”, explica.

Durante a entrega, Tairine conta que o primeiro contato com as pessoas em situação de rua foi tomada por um sentimento de tristeza.

“Eles estão em total exclusão, sem apoio e sem atenção. Uma situação muito triste. Por isso, se cada um de nós fizermos a nossa parte, todos sairemos dessa”, opina.

Vanessa ressalta que o trabalho realizado “foi pensando no próximo. Ao entregar as máscaras muito deles me agradeciam, falando que alguém lembrou deles”, finaliza.

Opinião médica

G1 falou com o médico Rodrigo Almeida sobre a produção de máscaras em casa. Ele ressaltou que a ação das assistentes sociais é importante, mas o uso da máscara deve ser por quem já tem algum dos sintomas de gripe.

“A finalidade da máscara é que quando alguma pessoa está doente e usando a máscara, o vírus fique ali dentro quando o paciente espirrar. É um meio de não transferir a doença para ninguém. A recomendação dada é que: quem não está doente e não tem nenhum sintoma, não utilize a máscara. Se o intuito é dar as mascaras para quem está tossindo ou espirrando, tudo bem”, diz médico.

O médico também explicou que para os profissionais da área da saúde, o tecido da máscara pode variar na questão da espessura, podendo ser grosso ou mais fino, mas que são restritas nos hospitais.

Quanto a máscara confeccionada pela assistente social, segundo o médico, ela pode equivaler a de tecido fino e a mesma precisa ser trocada eventualmente.

” A ação é boa e ajuda na questão de quem está doente. A OMS restringe o uso de máscaras às pessoas com sintomas de tosse, espirro, coriza para que não contamine outras pessoas”, diz.

Rodrigo destacou que o descarte das máscaras é muito mais preocupante,. “o hospital essas máscaras são incineradas. Ela não pode ser jogada de qualquer maneira no meio ambiente. A máscara também é uma fonte de contaminação. O correto é descartá-la de forma adequada, dentro de um saco plástico, separada dos demais lixos”, fianaliza.

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