As assistentes sociais Tairine Arruda e Vanessa Paz fabricaram e entregam várias máscaras às pessoas em situação de rua em Porto Velho. A ação solidária é para evitar a propagação do coronavírus no estado.
Em Rondônia, segundo o boletim mais recente da Secretaria de Estado de Saúde (Sesau), há três casos confirmados para a Covid-19. Dois são pacientes de Porto Velho e o outro de Ji-Paraná.
Tairine conta que a ideia de entregar máscaras surgiu no momento em que elas perceberam a falta de um cuidado específico com essa população.
“Liguei para as lojas em Porto Velho, mas não encontrei nenhuma máscara para vender. Foi quando decidi que ia confeccioná-las. Me preparei, usei os EPI’s e confeccionei 50 unidades. Depois embalei em plásticos novinhos”, explica.
Durante a entrega, Tairine conta que o primeiro contato com as pessoas em situação de rua foi tomada por um sentimento de tristeza.
“Eles estão em total exclusão, sem apoio e sem atenção. Uma situação muito triste. Por isso, se cada um de nós fizermos a nossa parte, todos sairemos dessa”, opina.
Vanessa ressalta que o trabalho realizado “foi pensando no próximo. Ao entregar as máscaras muito deles me agradeciam, falando que alguém lembrou deles”, finaliza.
Opinião médica
O G1 falou com o médico Rodrigo Almeida sobre a produção de máscaras em casa. Ele ressaltou que a ação das assistentes sociais é importante, mas o uso da máscara deve ser por quem já tem algum dos sintomas de gripe.
“A finalidade da máscara é que quando alguma pessoa está doente e usando a máscara, o vírus fique ali dentro quando o paciente espirrar. É um meio de não transferir a doença para ninguém. A recomendação dada é que: quem não está doente e não tem nenhum sintoma, não utilize a máscara. Se o intuito é dar as mascaras para quem está tossindo ou espirrando, tudo bem”, diz médico.
O médico também explicou que para os profissionais da área da saúde, o tecido da máscara pode variar na questão da espessura, podendo ser grosso ou mais fino, mas que são restritas nos hospitais.
Quanto a máscara confeccionada pela assistente social, segundo o médico, ela pode equivaler a de tecido fino e a mesma precisa ser trocada eventualmente.
” A ação é boa e ajuda na questão de quem está doente. A OMS restringe o uso de máscaras às pessoas com sintomas de tosse, espirro, coriza para que não contamine outras pessoas”, diz.
Rodrigo destacou que o descarte das máscaras é muito mais preocupante,. “o hospital essas máscaras são incineradas. Ela não pode ser jogada de qualquer maneira no meio ambiente. A máscara também é uma fonte de contaminação. O correto é descartá-la de forma adequada, dentro de um saco plástico, separada dos demais lixos”, fianaliza.