Questionada sobre falas de Bolsonaro sobre coronavírus, OMS diz que foco é ‘parar a doença e salvar vidas’

Diretor-geral da Organização afirmou que a responsabilidade de conter a pandemia da COvid-19 é principalmente das lideranças políticas.

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Questionada sobre o posicionamento contrário às orientações de isolamento social feitas em pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (25) que a responsabilidade de conter a pandemia de coronavírus é principalmente das autoridades políticas.

“Temos que fazer tudo para controlar esse vírus. É uma responsabilidade de todos, especialmente das lideranças políticas. As comunidades precisam se mobilizar para fazer a coisa certa e controlar essa pandemia”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus

“Já estamos dizendo há meses: esse vírus é o inimigo público número um. É um vírus perigoso”, completou Tedros.

O diretor executivo da OMS, Michael Ryan, afirmou que “nós também entendemos a situação terrível que os países enfrentam para proteger as economias e os sistemas sociais, mas temos que focar primeiro em parar essa doença e em salvar vidas.”

Novo epicentro

Ainda durante a coletiva, Tedros elogiou os esforços italianos para conter a pandemia no país. “O comprometimento do governo da Itália é realmente incrível”, disse. “Estamos felizes em ver que a Itália está fazendo tudo o que eles podem.”

O diretor-geral informou que mais de 150 países ainda têm menos de 100 casos confirmados da Covid-19. “Ao tomar as mesmas ações agressivas [de países como a China e Itália] agora, esses países têm a chance de impedir a transmissão comunitária e evitar alguns dos custos sociais e econômicos mais graves vistos em outros países”, afirmou, voltando a reforçar a necessidade de testes em massa, de isolamento social da população e da quarentena para os doentes.

Na terça-feira (24), a Organização informou que está vendo “aceleração muito grande” em número de casos de coronavírus nos Estados Unidos, e que o país se tornar o novo epicentro da epidemia no lugar da Itália, segundo a agência Reuters.

A OMS também elogiou a decisão do Japão e do Comitê Olímpico de adiarem as Olimpíadas de 2020, que aconteceria em junho.

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