Subiu para 68 o número de mortes pelo novo coronavírus no estado de São Paulo nesta sexta-feira (27), média de uma a cada duas horas e 20 minutos, segundo o secretário da Saúde de São Paulo, José Henrique Germann. O estado possui ainda 1.223 casos confirmados, aumento de 14% em relação ao dia anterior.
O aumento percentual foi menor do que o de quarta para quinta-feira, quando houve acréscimo de 22%.
Em cinco dias, o número de óbitos cresceu 209%. No último domingo (22), o estado registrava 22 mortes, contra 68 nesta sexta-feira (27). Municípios da Grande São Paulo e do interior também registram óbitos.
Dos 10 novos óbitos contabilizados nesta sexta, 4 são homens (66, 67, 91 e 93) e 6 mulheres (63, 63, 65, 77, 85 e 89). Nove são da capital e um do município de Guarulhos.
De acordo com o secretário da Saúde, pode estar havendo “achatamento da curva”. “Precisamos de mais algumas semanas para fazer previsões mas temos observado que a curva de São Paulo tem taxa de crescimento menor que a do Brasil”, disse Germann
“Crescimento de 457% desde inicio de março em São Paulo e do Brasil mais de 937%”, completou.
“As medidas tomadas pelo governo do estado estão em linha com a literatura e com as demais historias de epidemias que se conhece, de evitar as aglomerações”, disse.
Aumento de casos graves
O secretário estadual de saúde, José Henrique German disse nesta quinta-feira (26) que os casos de pacientes graves internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) após serem infectados pela Covid-19 aumentaram 42% em 24 horas no estado de São Paulo.
“Os pacientes graves internados em UTI são agora 84. Neste último dia houve um acréscimo de 42%. Isso é mais ou menos característico da epidemia, ela tem dias de mais acréscimo e dias de menos acréscimo. Mas ela vem crescendo, o que mostra talvez para nós que as medidas de restrição de mobilidade estão sendo suficientes ou, pelo menos colaborando de forma bastante efetiva, para que a gente tenha 862 casos”, afirmou Germann.
De acordo com ele, esse crescimento de mortos e pacientes graves é característico de uma epidemia. “Nós éramos praticamente 90% dos casos do Brasil e agora nós somos 30% dos casos do Brasil. O que significa que existe uma expansão da epidemia de forma acelerada. Se nós formos olhar o número de óbitos, nós tivemos no Brasil 57 óbitos, infelizmente, e no estado de São Paulo, 48. No estado de São Paulo ontem eu anunciei 40 óbitos, então, tivemos um acréscimo de 20% no número de óbitos”, disse.
Representantes do comitê estadual de combate ao novo coronavírus em São Paulo afirmam que as medidas de restrição de circulação adotadas nas últimas semanas foram eficazes e ajudaram a conter a curva de crescimento de casos confirmados no estado. Segundo Helena Sato, médica que coordena o comitê, “muito provavelmente haveria um número muito maior [de casos] se as nossas famílias não estivessem em casa”.
Em pronunciamento na terça-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro criticou medidas de isolamento adotadas por estados e municípios. Na quarta-feira (25), Bolsonaro discutiu com o governador de São Paulo, João Doria.
Quarentena
O estado de São Paulo adota estratégias de restrição de circulação contra o coronavírus desde 16 de março. A quarentena começou na terça-feira (24) e vai durar 15 dias, até o dia 7 de abril, para os 645 municípios do estado de São Paulo.
A medida obriga o fechamento do comércio e mantém apenas os serviços essenciais, como nas áreas de Saúde e Segurança. Assim, os hospitais, clínicas, farmácias e clínicas odontológicas, públicas ou privadas, terão o funcionamento normal.
As transportadoras, armazéns, serviços de transporte público, serviços de call center, petshops, bancas de jornais, táxis e aplicativos de transporte continuam funcionando com as orientações dos sanitaristas.
Os serviços de Segurança Pública, tanto estadual, quanto municipais, continuam funcionando normalmente. Os bancos e lotéricas também continuam abertos. As indústrias devem continuam operando, já que não têm atendimento ao público em geral.