Ao chegar ao prédio do Ministério da Saúde, depois de se reunir na manhã desta quarta-feira (8) com o presidente da República, Jair Bolsonaro, o ministro Luiz Henrique Mandetta disse que a conversa foi “tranquila” e que o trabalho de combate ao coronavírus continua sendo o foco de sua equipe.
Esse foi o primeiro encontro pessoal de Mandetta com o presidente depois dos fortes rumores da última segunda-feira (7) de que ele poderia ser demitido. No dia, assessores chegaram a dizer que as gavetas do ministro estavam sendo esvaziadas, numa sinalização de que a expectativa era mesmo de demissão.
A demissão não se confirmou e o próprio ministro concedeu entrevista no início da noite de segunda dizendo que seguia à frente do Ministério da Saúde.
O encontro desta quarta é uma busca, segundo assessores presidenciais, de “acertar os ponteiros” entre os dois para uniformizar o discurso interno sobre a estratégia de combate ao coronavírus.
Segundo um interlocutor do presidente da República, depois da tensão de segunda-feira, a expectativa é que o clima melhore a partir de agora, com o ministro da Saúde seguindo no posto mantendo a estratégia do isolamento social, mas com a possibilidade de avaliar sua flexibilização a partir do mês de maio.
O Palácio do Planalto tem a avaliação de que a partir do próximo mês seria possível inicial algum tipo de flexibilização e volta ao trabalho, como vinha defendendo o presidente da República, posição que é, porém, criticada por especialistas da área de saúde, Legislativo e Judiciário.
Dentro da equipe de Mandetta, o discurso é que tudo será feito com segurança, sem colocar em risco a população brasileira, e que a estratégia atual será mantida. Ou seja, qualquer flexibilização será adotada apenas se o ministério considerar que há realmente condições para que isso aconteça. Neste momento, não há, dizem assessores do ministro.