Médico arrecada cestas básicas para famílias em quarentena após atender paciente que passava fome

Profissional de Sorocaba se comoveu ao conhecer paciente que contou sobre a falta de alimento; campanha já arrecadou mais de R$ 2,5 mil.

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Um médico de Sorocaba (SP) criou uma campanha na internet para arrecadar dinheiro e montar cestas básicas, além de kits de higiene, para famílias de baixa renda que estão em quarentena na cidade.

Ao G1, Kleiber Lopes Vasconcelos, que é coordenador de três das Unidades Pré-Hospitalares (UPHs) de Sorocaba, contou que a campanha começou após ele se comover com um paciente que foi bem sincero ao relatar que passava fome.

“Ele disse que estava com fome. Aquilo mexeu demais comigo e fiquei arrasado. Levei ele para o lado de fora, fui até o refeitório e consegui alguns pratos de comida para ele e sua família. Ele agradeceu e disse que o jantar Deus iria providenciar”, conta Kleiber.

Com o objetivo inicial de R$ 5 mil, a campanha começou pela internet e chegou a arrecadar R$ 1.650. Após ajudas de colegas da profissão, a arrecadação aumentou para R$ 2,5 mil, além de outras cestas que foram doadas para a causa.

Famílias indicadas por assistência social recebem cestas montadas por médico em Sorocaba — Foto: Arquivo pessoal

Ajuda

O médico ainda afirma que contou com a ajuda da assistência social das UPHs para conseguir as famílias que necessitavam de ajuda. Cada cesta montada tem o valor de R$ 150, somando alimentos e kits de higiene, como creme dental, sabonete e até sabão em pó.

O próprio médico está colocando a mão na massa para ajudar a entregar os mantimentos. “Não basta pedir para as pessoas ficarem em casa e não dar condições para eles viverem. Precisamos ajudar”, diz.

Kleiber ressalta ainda que é fundamental manter o isolamento social durante a pandemia do coronavírus, porém, levanta uma questão importante: a dificuldade que muitas pessoas estão encontrando em conseguir renda, principalmente os autônomos.

“Muitas famílias vivem de pouca renda. Por conta do isolamento, muitos ficam sem trabalho, pois são autônomos. Por um momento, o pai olha para a sua dispensa e vê vazia, bate um desespero muito grande. Nós que podemos temos o dever de ajudar essas pessoas”, completa.

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