OMS reforça lista de critérios que países devem analisar antes de suspender isolamento contra Covid-19

Entidade também alertou que as medidas de isolamento não podem ser substituídas por 'nada' e que as máscaras não substituem a quarentena.

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) reforçou, nesta segunda-feira (13), os critérios que países devem analisar antes de suspender o isolamento como forma de combate à Covid-19:

  1. a transmissão da Covid-19 deve estar controlada;
  2. o sistema de saúde deve ser capaz de detectar, testar, isolar e tratar todos os casos, além de traçar todos os contatos;
  3. os riscos de surtos devem estar minimizados em condições especiais, como instalações de saúde e casas de repouso;
  4. medidas preventivas devem ser adotadas em locais de trabalho, escolas e outros lugares aonde seja essencial as pessoas irem;
  5. os riscos de importação devem ser administrados;
  6. as comunidades devem estar completamente educadas, engajadas e empoderadas para se ajustarem à nova norma.

O diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a organização publicará, na terça (14), um estudo completo com as novas recomendações estratégicas.

Outros dois especialistas da organização alertaram, ainda, para a forma que a suspensão do isolamento deve acontecer. O diretor do programa de emergências da OMS, Michael Ryan, afirmou que não se pode substituir a quarentena por “nada”, ressaltando que outras medidas de saúde pública – como lavar as mãos com frequência e manter o distanciamento social – precisariam ser mantidas pelo “futuro previsível”.

Michael Ryan, diretor-executivo do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS) — Foto: Christopher Black/OMS

“Existem coisas que precisam ser feitas. Você não pode substituir a quarentena por nada. Você precisa substituir a quarentena por uma comunidade muito profundamente educada, comprometida, engajada e empoderada. Nós precisaremos mudar nosso comportamento pelo futuro previsível”, alertou.

“Teremos que ter esses comportamentos adaptados – em termos de higiene pessoal, distanciamento físico, sermos cuidadosos – por um longo tempo”, completou.

Ryan lembrou, também, que as máscaras não são uma alternativa à quarentena.

“Máscaras não são uma alternativa à quarentena. E nós dissemos isso publicamente várias vezes: a OMS vai apoiar países que querem implementar uma estratégia mais ampla de usar máscaras ou de cobrir o rosto, desde que seja parte de uma estratégia mais abrangente”, alertou.

O uso de máscaras deve ser, lembrou Ryan, incorporado a estratégias de testagem, isolamento e tratamento de casos, higiene das mãos e educação de comunidades.

Suspensão do isolamento europeu

Maria van Kerkhove, líder técnica do programa de emergências da OMS — Foto: Christopher Black/OMS

A líder técnica do programa de emergências da OMS, Maria van Kerkhove, acrescentou que a suspensão da quarentena não deve acontecer de uma vez só.

“É muito importante que a suspensão dessas medidas não ocorra toda de uma vez, em toda a Europa. Se o sistema não está capacitado para identificar onde o vírus está, isolar os casos, achar os contatos, ter os leitos livros para tratar dos pacientes, então vai ficar saturado de novo”, alertou.

“Então, o que pode acontecer é que [o isolamento] seja suspenso em certas áreas estratégicas, talvez onde houver menos incidentes, e, se isso puder acontecer lentamente, então o sistema pode se deslocar para onde precisar ir para detectar casos. Enquanto isso, outras partes do país permanecem sob medidas restritas”, avaliou van Kerkhove.

“Mas é muito importante que a comunidade entenda isso, porque pode ser que seja preciso um tempo um pouco mais longo que você precisa ficar em casa ou trabalhar de casa, ou que as escolas precisem ficar fechadas. Mas é temporário”, ressaltou.

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