Bebê indígena venezuelano de dois meses testa positivo para novo coronavírus, em Manaus

Prefeitura de Manaus identificou caso durante trabalho de transferência de venezuelanos, mas ainda não identificou se contaminação foi em abrigo ou em hospital. Bebê está internado e tem quadro estável.

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Com apenas dois meses, um bebê indígena venezualano testou positivo para o novo coronavírus em Manaus. A menina, da etnia Warao, vive em uma casa de acolhimento a imigrantes na capital amazonense e precisou ser internada há mais de dez dias após a prefeitura identificar sintomas da Covid-19. O Amazonas, até a manhã desta quarta-feira (15), registra mais de 1,4 mil casos de coronavírus e já tem 90 mortes pela doença.

O estado tem, até a última atualização divulgada, sete casos de indígenas contaminados – a maioria na região do Alto Solimões, no Sudoeste do Amazonas. Dois morreram. O bebê, no entanto, é o primeiro índio venezuelano a testar positivo. A Prefeitura de Manaus ainda não conseguiu determinar se a menina foi contaminada no abrigo ou no hospital.

A menina foi levada na última semana para o Hospital da Criança no início do mês, ainda com caso suspeito. Após os resultados saírem, ela foi internada na madrugada desta terça-feira (14) no Delphina Aziz, referência de tratamento de Covid-19 no estado. Em nota, a Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) afirma que fazia trabalho de realocação dos indígenas que moram no abrigo quando encontrou a criança doente.

“A própria equipe técnica da Semasc levou a bebê ao Hospital da Criança, no bairro Compensa, zona Oeste, onde ficou internada do dia 2 até o dia 13 de abril. Como o hospital só acusou o teste para Covid-19, causada pelo novo coronavírus, após 11 dias da indígena ter dado entrada na unidade, não é possível confirmar se a infecção foi no hospital ou no abrigo”, explica a nota da prefeitura.

O pai da menina está mantido em isolamento em um abrigo provisório, para onde os venezuelanos estão sendo transferidos. A prefeitura ainda não tem informações sobre o estado de saúde da mãe, que acompanha a bebê na internação.

A Prefeitura informou, ainda, que os órgãos sanitários já foram acionados para fazer uma visita aos indígenas do local, “uma vez que os refugiados já haviam sido vacinados pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) contra H1N1 e são constantemente assistidos pelo órgão da saúde municipal”.

Contaminação de índios

O Amazonas deve receber nos próximos dias, por meio do Ministério da Saúde, um hospital de campanha com atenção voltada a indígenas contaminados pelo novo coronavírus. De acordo com o governador Wilson Lima, a estrutura vai funcionar em um centro de atendimento de saúde que já funciona em Manaus.

Na segunda-feira (15) a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) deu o último boletim de atualização sobre indígenas contaminados. O número, até então, é de sete – a maioria da etnia Kokama, que habita o Alto Rio Solimões. Dos casos já identificados, dois já morreram por Covid-19.

O primeiro caso de coronavírus em índio foi registrado no Amazonas, em uma jovem de 20 anos que atua como agente de saúde no Distrito Sanitário Especial Indígena. Ela contraiu o vírus de um médico e acabou contaminando sua mãe, filha e vizinho.

No dia 9 de abril o governo identificou a primeira morte de índio no estado. Um Kokama de 44 anos, sem histórico algum de comodidade. Neste sábado (11) foi confirmada a segunda morte: um índio de 78 anos. Todos moradores da região do Alto Solimões, no Sudoeste do Amazonas.

Coronavírus no Amazonas

O número total de casos confirmados de coronavírus no Estado chegou a 1.484, com 90 mortes em decorrência da Covid-19, segundo a última atualização feita pelo Governo nesta terça-feira (14). O sistema de saúde estadual, atualmente, vive risco iminente de colapso, com seu hospital de referência operando na capacidade máxima, com falta de profissionais.

De acordo com a FVS-AM, só Manaus acumula 1.295 casos confirmados. O interior registra 189, em 18 municípios. Do número total, 1.074 casos estão em isolamento domiciliar ou social e 171 estão fora do período de transmissão da doença.

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