É #FAKE que cientista morreu dois dias após tomar vacina experimental contra a Covid-19 na Inglaterra

Microbiologista Elisa Granato, que participou de teste, está viva, ao contrário do que diz mensagem viral. Ela fez um vídeo tratando o boato com bom humor.

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Circula nas redes sociais a informação de que uma microbiologista que participou, na Inglaterra, de um teste com uma vacina contra a Covid-19, morreu dois dias após receber a imunização experimental. É #FAKE.

 — Foto: G1

A cientista se chama Elisa Granato. Ela foi uma das primeiras pessoas a receber uma dose da primeira vacina experimental aplicada em humanos na Europa, desenvolvida pela Universidade de Oxford.

Elisa, que é pesquisadora da universidade, recebeu a dose no dia 23. Dois dias depois, ela se deparou com a “notícia de sua morte” e reagiu pelo Twitter, dizendo que estava viva. A microbiologista escreveu: “Nada como acordar com um artigo falso sobre sua morte… Estou indo bem”.

No último domingo, diante dos rumores, a BBC divulgou um vídeo de Elisa em que ela fala, de forma bem humorada: “Hoje é domingo, dia 26, e estou bastante viva, tomando minha xícara de chá. Três dias depois do meu aniversário e três dias depois de eu ter tomado a vacina (ou estar no grupo de controle, não sei). Estou tendo um bom domingo, e espero que todo mundo no mundo também tenha”.

A conta da cientista no Twitter é fechada, mas é possível ver ao lado de seu nome a inscrição “100% viva”, que ela mantém para desmentir o boato.

O texto falso afirma que Elisa, que teve a aplicação da vacina registrada em foto, também divulgada, morreu de complicações provocadas pela substância. O próprio governo britânico teve de desmentir o conteúdo, fato noticiado pelo jornal “The Guardian”.

Elisa trabalha no Departamento de Zoologia da Universidade de Oxford e é especializada em doenças infecciosas, particularmente em comportamento bacteriano. Ela integrou o primeiro grupo de humanos saudáveis a ser injetado com a vacina. Outras 800 pessoas foram recrutadas para o estudo.

Metade recebeu a vacina, e metade, uma outra vacina de controle, que protege contra meningite, mas não imuniza contra o novo coronavírus. As pessoas não sabem qual delas tomaram; só os responsáveis pelo experimento têm essa informação, para monitoramento.

Elisa disse, em entrevista à BBC, que, como cientista, está participando do processo para apoiar a ciência e o desenvolvimento da vacina, desenvolvida nos últimos meses por seus pares.

A vacina é feita com uma versão enfraquecida e modificada de um adenovírus (que causa resfriado comum) de chimpanzés e vem apresentando resultados considerados promissores pelos cientistas em ensaios clínicos. Nos próximos meses, os pesquisadores vão comparar o número de pessoas infectadas nos dois grupos, para avaliar sua eficácia e aumentar o número de participantes.

“Estamos cientes de que houve e haverá rumores e relatos falsos sobre o andamento dos testes. Pedimos às pessoas que não dêem credibilidade a eles e não os circulem”, afirma a Universidade de Oxford.

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