O regime de Nicolás Maduro criticou nesta quinta-feira (30) uma determinação do Itamaraty para que diplomatas venezuelanos deixem o Brasil até 2 de maio (entenda o caso mais adiante na reportagem). Em nota, o governo chavista disse que “o pessoal diplomático e consular da Venezuela não abandonará suas funções”.
Em comunicado, a Venezuela diz que a determinação do Ministério das Relações Exteriores tem como “único propósito iludir a opinião pública desse país [Brasil] para dissimular sua aberta subordinação ao governo dos Estados Unidos que hoje rege a outrora prestigiosa política externa brasileira”.
#COMUNICADO | Venezuela informa a la comunidad internacional sobre la violación del Derecho Internacional por parte del Gobierno de Brasil, al forzar la salida de nuestro personal diplomático y consular antes del 2 de mayo, alegando negociaciones que nunca han sido celebradas. pic.twitter.com/QI6bMffDFK
— Jorge Arreaza M (@jaarreaza) April 30, 2020
A nota também acusa o governo brasileiro em ter “manobrado para provocar o fechamento técnico dos escritórios consulares da Venezuela no Brasil logo depois de ter abandonado seus próprios compatriotas com a retirada unilateral do pessoal diplomático e consular do Brasil na Venezuela”.
O G1 procurou o Itamaraty para comentar as acusações do governo venezuelano, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Entenda o caso
O ofício do Ministério das Relações Exteriores, enviado na terça-feira (28) à embaixada venezuelana, informa que os diplomatas e servidores da representação diplomática em Brasília e dos consulados deverão deixar o Brasil até este sábado.
Em março, o governo federal publicou uma portaria no “Diário Oficial da União” que removeu os diplomatas brasileiros que trabalhavam no país vizinho.
Conforme o colunista do G1 e da GloboNews Valdo Cruz, ao publicar a portaria, o Brasil esperava da Venezuela a mesma atitude. A TV Globo apurou que, na ocasião, o Brasil negociou o prazo de 2 de maio com o governo venezuelano.
Bolsonaro x Maduro
O presidente Jair Bolsonaro defende a saída do poder do presidente venezuelano Nicolás Maduro.
O governo Bolsonaro considera o governo de Nicolás Maduro ilegítimo e reconhece como chefe de Estado o autodeclarado presidente venezuelano Juan Guaidó, opositor de Maduro.
O presidente brasileiro já recebeu Guaidó no Planalto e reconheceu oficialmente María Teresa Belandria como embaixadora da Venezuela no Brasil. Guaidó a designou para essa função.