A circulação de veículos em São Luís caiu 60% nessa terça-feira (5), quando entrou em vigor o ‘lockdown’ (bloqueio total) dos serviços não essenciais na Região Metropolitana de São Luís para conter a pandemia de Covid-19, em comparação com o dia anterior. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (6) pelo prefeito da capital, Edivaldo Holanda Júnior, por meio de uma rede social.
“Apresentei mais cedo balanço parcial positivo da redução do fluxo de veículos nas avenidas de São Luís no primeiro dia de lockdown. Fechamos há pouco o relatório completo da SMTT que traz dados ainda mais otimistas: cerca de 60% a diminuição do tráfego nas últimas 24 horas”, publicou o prefeito.
Em entrevista na manhã desta quarta, o secretário da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), Israel Petrus, não falou sobre números absolutos, mas confirmou a redução de 60% e acrescentou uma redução no número de usuários de transporte coletivo. “Tivemos também uma redução de cerca de 80% no número de usuários do transporte público. A frota de ônibus permanece operante para quem precisar se deslocar para serviços essenciais”, explicou.
No primeiro dia de fiscalização, foram montadas cerca de 30 barreiras de circulação só em São Luís. Os bloqueios têm como foco áreas que dão acesso a regiões de maior circulação e são feitos pela Polícia Militar, pelos órgãos municipais de trânsito e guardas municipais.
Além disso, de acordo com a Blitz Urbana, durante o primeiro dia de lockdown na Região Metropolitana, cerca de 20 estabelecimentos nos bairros Angelim, Cohab e Cohatrac, que estavam funcionando normalmente, foram orientados a fechar as portas.
O Maranhão já tem mais de 5 mil casos do novo coronavírus e quase 300 mortes de acordo com o boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) na noite de terça-feira (5).
Esta semana, a prefeitura lançou, em caráter emergencial, um edital de processo seletivo simplificado para contratação de médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e administrativo para atuarem no enfrentamento da pandemia de Covid-19 nas unidades de saúde da capital.
Dez dias de lockdown
Durante dez dias, a contar desta terça-feira (5), os municípios de São Luís, Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar estarão em lockdown por decreto do governo do estado. A determinação, no entanto, partiu do juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos da Comarca da Ilha de São Luís.
O juiz fundamentou sua decisão com base na pesquisa da Fiocruz e também citou que os hospitais privados já noticiam que a capacidade máxima de seus leitos para pacientes com Covid-19 foi atingida. O magistrado disse ainda que a adoção do bloqueio total é necessária porque “é a única medida possível’ e eficaz no cenário para contenção da proliferação da doença.
O que é o lockdown?
É o bloqueio da maior parte das atividades comerciais e da circulação de pessoas. A Justiça determinou o lockdown para reduzir a disseminação do coronavírus na Ilha de São Luís.
Vale onde?
Apenas na Ilha de São Luís.
Vale quando?
Entre esta terça-feira (5) e o dia 14.
Mercados podem funcionar?
Sim, pois a venda de alimentos está liberada. Podem funcionar supermercados, mercadinhos, feiras, quitandas e estabelecimentos que vendam alimentos.
Mas todas as empresas e todos os estabelecimentos abertos precisam seguir regras para evitar aglomerações e reduzir o risco de contágio.
Então eu não preciso estocar alimentos?
Não. A circulação de cargas está liberada. Caminhões com cargas de alimentos e produtos de limpeza e higiene, entre outros itens, podem entrar e sair da Ilha.
Eu posso ir ao mercado durante o lockdown?
Sim.
Posso pedir entrega (delivery) de comida?
Sim. Esse serviço continua funcionando.
Tenho uma consulta médica marcada durante este período. Ela está mantida?
Hospitais, clínicas, laboratórios e consultórios médicos continuam funcionando. Mas a recomendação é que, se for possível e não for prejudicar sua saúde, a consulta seja adiada.
Quem pode circular durante o lockdown?
Pessoas que trabalham em atividades essenciais ou que estejam se deslocando em busca de um serviço essencial. Por exemplo, um médico pode sair para o trabalho ou uma pessoa pode ir ao mercado comprar alimentos e produtos de limpeza.