Com mais de mil novos casos, número de infectados por Covid-19 no AM passa de 9 mil; são 751 mortes

Em menos de 24h, Amazonas registrou 1.139 casos confirmados do novo coronavírus e 102 novas mortes. Governo afirma que aumentou rede de diagnóstico e testagem no estado.

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Em menos de 24h, o Amazonas registrou 1.139 casos confirmados do novo coronavírus e 102 novas mortes. Conforme boletim epidemiológico desta quarta-feira (6), divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), agora, o estado totaliza 9.243 casos de Covid-19 e 751 mortes já foram causadas pela doença. Por conta do descumprimento das recomendações de isolamento social, o Ministério Público entrou com uma ação na Justiça pedindo que seja determinado “lockdown” em todo o estado.

Um levantamento aponta que, em um mês, apenas metade da população do Amazonas respeitou a medida de isolamento social decretada pelo governo. O diretor-técnico da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Cristiano Fernandes, informou, por meio de assessoria, que o aumento expressivo no número de novos casos é reflexo da ampliação da rede de diagnóstico e do aumento da testagem no estado.

De acordo com o boletim da FVS-AM, dos 9.243 casos confirmados no Amazonas até esta quarta-feira (6), 5.474 são de Manaus (59,22%) e 3.769 do interior do estado (40,78%).

Além da capital, 53 municípios já têm casos confirmados: Manacapuru (630); Parintins (311); Tabatinga (266); Santo Antônio do Içá (206); Iranduba (195); Rio Preto (175); Coari (161); Itacoatiara (160); Maués (150); Tefé (150); Careiro Castanho (134); São Paulo de Olivença (122); Presidente Figueiredo (118); Carauari (117); Autazes (109); Tonantins (69); Amaturá (63); Boca do Acre (59); Anori (56); Benjamin Constant (50); Urucará (39); Silves (31); São Gabriel da Cachoeira (30); Nova Olinda do Norte (29); Tapauá (29); Fonte Boa (24); Maraã (24); Manaquiri (23); Lábrea (22); Itapiranga (18); Careiro da Várzea (17); Novo Airão (17); Barreirinha (16); Beruri (16); Urucurituba (14); Novo Aripuanã (13); Borba (11); Jutaí (11); Boa Vista do Ramos (10); e Barcelos (9).

Os municípios de Eirunepé e Manicoré têm oito casos cada um. Caapiranga, Codajás e São Sebastião do Uatumã têm sete casos cada um. Santa Isabel do Rio Negro tem seis casos. Canutama e Humaitá têm cinco casos cada um. Anamã e Nhamundá têm quatro casos cada um. Alvarães tem dois casos. Os municípios com apenas um caso confirmado são: Atalaia do Norte e Juruá.

Do total de mortes confirmadas para o novo coronavírus, 532 foram registradas em Manaus e 219 no interior do estado, com óbitos em 33 municípios. Outros 101 óbitos estão em investigação e 40 foram descartados para o novo coronavírus.

O boletim aponta que 5.802 pessoas com diagnóstico de Covid-19 estão em isolamento social ou domiciliar. De terça-feira (5) para esta quarta (6), mais 189 pessoas se recuperaram da doença e estão fora do período de transmissão do vírus, totalizando agora 2.286 recuperados.

Entre os casos confirmados de Covid-19 no Amazonas, há 404 pacientes internados, sendo 245 em leitos clínicos (68 na rede privada e 177 na rede pública) e 159 em UTI (66 na rede privada e 93 na rede pública). Há ainda outros 904 pacientes internados considerados suspeitos e que aguardam a confirmação do diagnóstico. Desses, 679 estão em leitos clínicos (207 na rede privada e 472 na rede pública) e 225 estão em UTI (97 na rede privada e 128 na rede pública).

Hospital de Retaguarda da Nilton Lins começou a receber pacientes neste sábado. — Foto: Divulgação/Secom

Pedido de ‘Lockdown’ no AM

Uma ação do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE) ingressada na Justiça, nessa terça-feira (5), pede que o Governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus adotem o “lockdown”, no prazo de 24h, sob pena de multa diária de R$ 100 mil, podendo usar as forças de segurança pública e guarda municipal, pelo prazo inicial de 10 dias. A ação está sendo analisada pelo juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública Estadual.

A ação leva em consideração o aumento da curva de contágio do novo coronavírus no Amazonas. O “lockdown” é caracterizado pelo bloqueio total de circulação de pessoas, mais restritivo que o isolamento social. Um levantamento da empresa Inloco aponta que, no primeiro mês da quarentena no Amazonas, apenas metade da população respeitou medida de isolamento social decretada pelo governo.

O governador Wilson Lima afirmou, no início deste mês, que vai analisar o aumento de casos de Covid-19 no Amazonas até o dia 13 de maio, quando encerra o decreto que suspende atendimento público em serviços não essenciais, para decidir se vai fechar todo o comércio ou relaxar a quarentena. Nessa terça-feira, o prefeito de Manaus, Arthur Neto, afirmou que a medida de “lockdown” é arriscada e sugere que “deveria haver uma reunião mais ampla, envolvendo o prefeito e o governador”.

Na ação ingressada pelo MPE, um dos pedidos é que os órgãos públicos se abstenham de flexibilizar qualquer medida de isolamento social, sem que tenham alcançado a liberação de leitos públicos, clínicos e de UTI COVID-19, na margem de no mínimo 40%. Atualmente, o sistema público de saúde vive um colapso por conta da pandemia, com cerca de 90% dos leitos ocupados.

O número de mortes em Manaus disparou desde o início da pandemia do novo coronavírus até o dia 25 de abril e está 108% acima da média histórica. Em uma análise entre os dias 21 e 28 de abril, a quantidade de mortes por síndromes respiratórias e causas indeterminadas no Amazonas aponta que o número de pessoas que morreu por Covid-19 pode ser sete vezes maior do que o divulgado oficialmente.

Medidas mais extremas também foram adotadas no maior cemitério público da capital: caixões são enterrados em valas comuns, caixões enterrados empilhados – medida cancelada após revolta de familiares – e instalação de contêineres frigoríficos para comportar corpos que aguardam o enterro.

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