O aumento dos números de casos de Covid-19 no Acre e o descumprimento do isolamento social por parte da população pode levar o governo do estado a tomar medidas mais drásticas como o “lockdown”, por exemplo, quando apenas os serviços essenciais podem funcionar e a circulação de pessoas nas ruas passa a ser controlada pelo estado.
A porta-voz do governo, Mirla Miranda, disse o governador Gladson Cameli confirma a possibilidade de adotar o método e que tudo depende da curva de crescimento dos próximos dias.
“Nada é definitivo, mas o índice de contaminação cresceu exponencialmente. O Acre segue no controle da pandemia da melhor forma possível para assegurar o salvamento de vidas. Essa é a prioridade”, disse Mirla.
Até a quarta-feira (6), foram registrados 943 no boletim da Secretaria de Saúde do Estado (Sesacre). O número de mortes também aumentou para 35.
Dos exames analisados, 334 ainda aguardam resultado. Além disso 251 são pacientes considerados curados, que não possuem mais o vírus no organismo. Dos que seguem internados, oito estão na UTI e outros 27 em enfermarias.
Com o crescimento dos casos da doença, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito de Rio Branco não tem mais vagas para atender pacientes com sintomas da doença.
O Instituto de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into) que deve ser um hospital de campanha para atender os pacientes de Covid-19 está com a obra atrasada e já teve a entrega adiada pelo menos três vezes.
O secretário de Saúde do estado, Alysson Bestene, explicou, na terça (5) em entrevista à Rede Amazônica Acre, que as obras enfrentam um problema de exaustão e não pode transferir pacientes para os 11 leitos já disponíveis na unidade.
Pico da doença
Um estudo do Centro de Saúde e Desporto do curso de medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac) aponta que o pico da pandemia de Covid-19 na capital deve ocorrer na segunda quinzena de maio e seguir até início de setembro, quando deve ser registrado o fim da primeira onda da doença.
A pesquisa destaca que até o fim da primeira onda da pandemia (início de setembro), é de que ocorram 289 mortes, podendo aumentar para mais de 500 a depender da oferta e resposta ao tratamento.
Para fazer as projeções, os pesquisadores levam em consideração o número de leitos e pacientes internados. Fernando de Assis, médico e presidente do Comitê de Gerenciamento de Crise da Covid-19 da Ufac, diz que casos confirmados não foram levados em consideração porque a testagem é muito baixa.