O ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, afirmou que alguns pacientes com Covid-19 do Hospital Nilton Lins, chamado pelo governo de Hospital de Combate ao Covid-19, vão participar de um estudo que testa a eficiência da Nitazoxanida contra o novo coronavírus. No estado, já são mais de 9 mil casos confirmados da doença.
Um estudo realizado no Amazonas apontou que a alta dose de cloroquina em pacientes graves com coronavírus pode levar à morte. A pesquisa realizada no estado, liderada pelo infectologista Marcus Lacerda, é considerada uma das maiores do País com a aplicação da droga no tratamento de pacientes de Covid-19. Lacerda informou, no dia 15 de abril, que a pesquisa serviu como embasamento para o Ministério da Saúde durante o tratamento no país.
Em coletiva de imprensa, nessa quarta-feira (6), Pontes informou que a nova medicação é estudada desde o começo do ano no combate ao vírus. A primeira etapa foi realizada em computação, a segunda, in vitro, e a terceira etapa começou os testes clínicos em 500 pacientes, internados em 17 hospitais pelo país.
“A ideia é que esse tratamento seja feito no início, de forma que a pessoa não evolua para um quadro mais complexo. As pessoas que participam, além do tratamento normal, também recebem o medicamente e mais exames. Tem uma série de outros exames extras pra fazer o acompanhamento nesses testes clínicos”, explicou.
O Hospital Nilton Lins, de Combate ao Covid-19, é uma das duas unidades de referência do Governo do Amazonas para o tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus. O diretor da unidade, Thales Schincariol, explicou que o governo pretende tornar o local um centro de pesquisa.
O médico explicou, ainda, que o hospital também precisará trabalhar junto a uma instituição de ensino superior, que será responsável pela criação de uma Comissão de Ética. Segundo ele, tanto a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) quanto o Centro Universitário Nilton Lins já se colocaram a disposição para a realização desse trabalho e, assim que esses detalhes estiverem finalizados, os testes poderão ser iniciados.
Além do Hospital de Combate ao Covid-19, irão participar dos protocolos de testes clínicos seis hospitais no Rio de Janeiro, um em Belo Horizonte, dois em Brasília, um em Curitiba, cinco no Estado de São Paulo e um em Recife.
AM sofre com pandemia
Até a última atualização de casos do novo coronavírus no Amazonas, nesta quarta-feira (6), a FVS-AM informou que o estado já registrou mais de 9 mil casos confirmados e mais de 750 mortos. O estado registrou recorde de mortes e casos confirmados de Covid-19 em um único dia, com 1.134 casos e 102 novas mortes.
O sistema público de saúde do Amazonas vem apresentando dificuldade para atender a alta demanda causada pela pandemia e opera com cerca de 90% dos leitos ocupados. O número de mortes em Manaus disparou desde o início da pandemia do novo coronavírus até o dia 25 de abril e está 108% acima da média histórica.
A Justiça do Amazonas negou, no início da noite desta quarta-feira (6), o pedido do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE) para determinar ‘lockdown’ no estado, ou seja, bloqueio total de circulação de pessoas, mais restritivo que o isolamento social. Até o dia 13 deste mês, segue valendo um decreto estadual que suspende o atendimento público em serviços não essenciais no Amazonas.