Ministro da Educação ‘sugere’ adiar Enem ‘de 30 a 60 dias’

Senado aprovou projeto que adia as provas que dão acesso aos cursos de graduação, entre as quais o Enem. Medida não vale imediatamente, e texto segue para análise na Câmara.

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(Brasília - DF, 04/02/2020) Audiência com Abraham Weintraub, Ministro de Estado da Educação; e Adam C. Wright, Presidente da Universidade Batistarde Dallas.rFoto: Marcos Corrêa/PR

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou nesta quarta-feira (20) que “sugere” que a data do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcada para novembro, seja adiada “de 30 a 60 dias”.

“Diante dos recentes acontecimentos no Congresso e conversando com líderes do centro, sugiro que o Enem seja adiado de 30 a 60 dias”, afirmou. “Peço que escutem os mais de 4 milhões de estudantes já inscritos para a escolha da nova data de aplicação do exame”, escreveu Weintraub em uma rede social.

A declaração do ministro ocorre um dia após o Senado aprovar o adiamento de exames de acesso ao ensino superior, entre eles o Enem. O projeto ainda precisa passar pela Câmara e, depois, ser encaminhado para sanção ou veto presidencial.

Entidades estudantis, universidades e colégios federais pedem o adiamento da avaliação, argumentando que os alunos mais pobres não têm acesso ao ensino remoto durante o período de suspensão das aulas presenciais. Consequentemente, haverá uma ampliação das desigualdades sociais se o calendário inicial não for alterado.

Há pouco mais de uma semana, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) entraram com um mandado de segurança no Superior Tribunal de Justiça (STJ), pedindo que o Enem fosse adiado. Segundo a Ubes, um abaixo-assinado já reuniu 350 mil assinaturas pedindo o adiamento da prova.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, em foto de arquivo. — Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, em foto de arquivo. — Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Bolsonaro diz que candidatos precisam ser ouvidos

Na manhã desta quarta, o presidente Jair Bolsonaro afirmou em frente ao Palácio do Alvorada que será preciso ouvir os candidatos sobre a mudança da data. “Prova do Enem, acho que temos que ouvir os que vão fazer a prova”, afirmou.

Nesta terça-feira (19), Weintrab já havia afirmado que vai abrir uma consulta aos estudantes que se inscreveram no Enem para saber o que eles pensam sobre a data do exame. A consulta será feita por meio da página do participante. “O MEC fará uma consulta, na última semana de junho, a todos os inscritos, através da “Página do Participante”, do @inep_oficial. Vamos manter a data? Adiar por 30 dias? Suspender até o fim da pandemia?”, escreveu o ministro.

Há uma semana, Bolsonaro afirmou que o Enem pode ser adiado “um pouco”, mas que precisa ser realizado ainda em 2020.

Cronograma do Enem

Por enquanto, a aplicação do Enem está mantida para novembro. Pelo cronograma inicial, a avaliação ocorrerá em:

  • 1º e 8 de novembro: versão presencial
  • 22 e 29 de novembro: versão digital (inédita)

Em nota, o Inep ressalta que, como “ainda estamos enfrentando a situação de emergência de saúde pública”, por causa da pandemia do novo coronavírus, não é possível tomar decisões por ora.

O órgão diz também que “está buscando garantir a execução adequada (do Enem), não apenas para cumprir com seu dever institucional, mas, principalmente, para não prejudicar mais ainda a sociedade brasileira”.

O Enem recebeu, até domingo (17), 3.548.099 inscrições.

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