O Sindicato Médico de Rondônia (Simero) divulgou uma nota pública na noite desta quarta-feira (3) onde faz um alerta aos profissionais e critica a gestão estadual da crise sanitária vivida em decorrência da pandemia do novo coronavírus.
Na nota, o sindicato afirma que o sistema de saúde colapsou devido a falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), tanto na rede pública quanto na privada, a falta de respiradores, de recursos humanos e de estrutura no sistema, e faz críticas à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
“Como sindicato, temos buscado contribuir no combate à Covid-19, com a aquisição, confecção e entrega de EPIs, projetos técnicos, vídeos educativos, alertas, trabalhos e estudos dirigidos ao referido gestor, devidamente registrados em atas e ofícios, entretanto apesar desse enorme esforço, todos foram por ele, ignorados. Perdeu-se tempo, e os responsáveis engolidos pela falta de decisões e planejamentos eficazes.”
No documento, o Simero ainda diz que a Sesau teve três meses para planejamento e ações de combate ao coronavírus, mas “o que se viu foi a necessidade do ajuizamento de diversas ações para que a SESAU apresentasse soluções e planejamentos para combater a Pandemia”.
O sindicato também orienta os médicos a como agir em casos de falta de equipamento ou estrutura para o tratamento de pacientes com a Covid-19.
“Diante do CAOS, orientamos todos os profissionais médicos que redobrem atenção, com criterioso cuidado no preenchimento dos prontuários do paciente, formulando e anexando documento formal para relato dos fatos e deficiências. Em caso da ocorrência de óbitos por falta de UTI, falta de respiradores ou por uso de respiradores inadequados, é dever do plantonista relatar tais fatos, caso a caso, descrevendo minuciosamente evolução do paciente, ausência de suporte e ou estrutura, caso ocorram”.
Devido a falta de leitos de UTI, que chegou a alcançar a lotação máxima no início desta semana na capital, o sindicato afirma que os profissionais chegaram ao ponto de precisar escolher quem teria acesso ao leito.
“Chegamos aonde JAMAIS deveríamos chegar, ao ponto de termos que escolher a quem dar acesso ao leito de TERAPIA INTENSIVA; podendo chegar à situação em que o respirador poderá determinar quem morre e quem vive. É uma difícil situação para nós médicos, pois não temos poder de decidir quem vai viver, quem vai morrer”.
A assessoria do Governo do Estado informou que vai comentar sobre a nota em uma entrevista coletiva que será realizada na próxima quinta-feira (4).