Prefeito espera ‘não chegar a um lockdown’ após Porto Velho voltar à fase 1 do plano contra Covid-19

Hildon Chaves citou ainda que município estuda possibilidade de suspender temporariamente gratuidade do transporte coletivo a estudantes e idosos.

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O prefeito Hildon Chaves declarou nesta terça-feira (30) que espera não impor lockdown em Porto Velho após a regressão da cidade à fase 1 do plano de ação estadual para contenção do novo coronavírus.

O retorno foi decidido em uma audiência na Justiça realizada na segunda-feira (29). A capital é a cidade com maior número de infectados: são 12.795 confirmações da doença até o momento, segundo a Sesau.

Em entrevista exclusiva ao Jornal de Rondônia 1ª Edição, o chefe do executivo local disse ainda que estuda a possibilidade de suspender temporariamente a gratuidade do transporte coletivo a estudantes e idosos.

Segundo ele, o motivo seria a falta de aulas, além do fato dos idosos serem grupo de risco e precisarem fazer o isolamento.

“Eu espero que não tenhamos que chegar efetivamente a um lockdown. Se nós fizermos essa primeira fase bem feita pelos próximos 14 dias, eu acredito e espero que nós, efetivamente, consigamos uma inflexão nessa curva de contaminação”, disse.

À repórter Maríndia Moura, Chaves disse que a conclusão de regredir para a fase 1 do plano “Todos por Rondônia”, que permite apenas a abertura de serviços essenciais e de parte do comércio com serviços de retirada ou entrega em domicílio, demonstrou avanço e não frustração, e que houve consenso entre as partes.

“Nós só vamos ter a efetividade necessária com o apoio restrito da Polícia Militar, para que o decreto do governador seja efetivamente cumprido. Não devemos encarar como retrocesso, mas sim um passo para trás para que amanhã nós possamos dar outros passos para frente rumo à liberação de atividades econômicas com segurança efetivamente para a população”, reforçou o prefeito.

Distanciamento social ampliado

No distanciamento social ampliado (fase 1), podem abrir com atendimento ao público açougues, panificadoras, supermercados, atacadistas, distribuidoras e lojas e produtos naturais, bancos, lotéricas, borracharias, lojas de materiais de construção, lavanderias, lojas de produtos agropecuários, dentre outros (veja a lista abaixo). Restaurantes, lanchonetes e outras comércios varejistas podem funcionar no sistema de retirada ou entrega a domicílio.

A abertura de shoppings, livrarias, concessionárias de veículos, lojas de móveis e eletrodomésticos, academias e restaurantes para consumo no local fica proibida nesse período.

Durante o encontro de segunda, que ocorreu de forma virtual, o procurador-geral do Estado, Juraci Jorge, ressaltou que se houver um risco maior de colapso no sistema de saúde, será analisada a possibilidade de novo isolamento restritivo, quando apenas serviços essenciais podem permanecer em funcionamento.

O governador Marcos Rocha disse que os empresários estão conscientes da responsabilidade e defendeu que a maioria das contaminações acontece em aglomerações ilegais como em festas e balneários.

“Eu não acredito que sejam os negócios que criem ou ampliem a possibilidade de contaminação. O que acontece, na verdade, é a falta de respeito fora da área de trabalho, porque dentro das instalações de trabalho eu sei que os profissionais, os donos têm adotado as medidas necessárias”, disse o chefe do estado.

Veja o que pode abrir durante o distanciamento social ampliado:

  • açougues, panificadoras, supermercados e lojas de produtos naturais;
  • atacadistas e distribuidoras;
  • serviços funerários;
  • hospitais, clínicas de saúde, clínicas odontológicas, laboratórios de análises clínicas e farmácias;
  • consultórios veterinários e pet shops;
  • postos de combustíveis, borracharias e lava-jatos;
  • oficinas mecânicas, autopeças e serviços de manutenção em geral;
  • serviços bancários, contábeis, lotéricas e cartórios;
  • restaurantes e lanchonetes localizadas em rodovias;
  • restaurantes e lanchonetes em geral, para retirada (drive-thru e take away) ou entrega em domicílio (delivery);
  • lojas de materiais de construção, obras e serviços de engenharia;
  • lojas de tecidos, armarinhos e aviamento;
  • distribuidores e comércios de insumos na área da saúde, de aparelhos auditivos e óticas;
  • hotéis e hospedarias;
  • segurança privada e de valores, transportes, logística e indústrias;
  • comércio de produtos agropecuários e atividades agropecuárias;
  • lavanderias, controle de pragas e sanitização; e
  • outras atividades varejistas com sistema de retirada ( drive-thru e take away) e entrega em domicílio (delivery).

O que é o lockdown?

“Lockdown” é uma expressão em inglês que, na tradução literal, significa confinamento ou fechamento total. Ela vem sendo usada frequentemente desde o agravamento da pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Embora não tenha uma definição única, o “lockdown” é, na prática, a medida mais radical imposta por governos para que haja distanciamento social – uma espécie de bloqueio total em que as pessoas devem, de modo geral, ficar em casa.

Cada país ou região define de que forma este fechamento será feito e quais são os serviços considerados essenciais, que continuam funcionando.

Veja as diferenças dos termos relacionados à reação à pandemia de Covid-19:

  • Isolamento social – é, em princípio, uma sugestão preventiva para todos para que as pessoas fiquem em casa
  • Quarentena – é uma determinação oficial de isolamento decretada por um governo
  • Lockdown – é uma medida de bloqueio total que, em geral, inclui também o fechamento de vias e proíbe deslocamentos e viagens não essenciais

Se um governante impõe um “lockdown”, a circulação fica proibida, a não ser que ela se dê, por exemplo, para compra de alimentos, transporte de doentes ou realização de serviços de segurança.

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