O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) informou, nesta segunda-feira (13), que abriu um inquérito para investigar o estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Krambeck, de 22 anos, picado por uma cobra da espécie naja na semana passada. Ele é suspeito de tráfico de animais.
A apuração ocorre após a Promotoria de Justiça e Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (Prodema) receber denúncia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre o incidente com a serpente, considerada uma das mais venenosas do mundo.
Ao G1, o Ministério Público afirmou que trabalha em conjunto com a Delegacia Especial de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes Contra a ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema) e o Ibama. Pedro Henrique também é investigado pela Polícia Civil.
O jovem recebeu alta nesta segunda, após seis dias internado em um hospital particular por conta da picada (veja mais abaixo). A reportagem não conseguiu contato com ele.
Agentes da Polícia Civil do DF estiveram, no condomínio onde o estudante de medicina veterinária mora, no Guará. Os policiais conversaram com funcionários e analisaram imagens de câmeras de segurança do edifício.
Cobra Naja que picou estudante em Brasília faz ensaio fotográfico no zoológico — Foto: Ivan Mattos/Zoológico de Brasília
Também nesta segunda (13), peritos da corporação encontraram indícios de maus-tratos em 16 cobras apreendidas na semana passada e que pertenceriam a Pedro Henrique.
O delegado William Andrade, da 14ª Delegacia de Polícia, no Gama, disse à reportagem que pretende intimá-lo a depor ainda nesta semana.
Entenda o caso
O estudante foi picado no dia 7 de julho. Segundo os policiais, ele teria ligado para os pais avisando sobre o acontecido. A região exata do acidente não foi divulgada pela Polícia Civil.
Quando chegou ao hospital, o estudante estava consciente. No entanto, o quadro se agravou rapidamente e Pedro entrou em coma.
Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, de 22 anos, foi picado por cobra da espécie naja, no DF — Foto: Arquivo pessoal
Ele precisou receber soro antiofídico do Instituto Butantan, em São Paulo, por causa da picada da naja – uma das cobras mais venenosas do mundo, originária de regiões da África e da Ásia. A unidade era a única que possuía o soro no país.
No domingo (12), ele recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e foi levado para o quarto, onde ficou até esta segunda-feira.
A Polícia Civil apura se ele fazia parte de um grupo de tráfico de animais na capital. Ele foi multado pelo Ibama, em R$ 2 mil, por criar a naja sem autorização.