Pesquisadores chineses anunciaram, nesta segunda-feira (20), que a vacina contra a Covid-19 da chinesa CanSino Biologics é segura e induz resposta imune, apontam testes preliminares.
- Os resultados foram identificados na fase 2 de estudo
- A fase 2 envolveu testes em 500 pessoas
- O objetivo principal do estudo foi avaliar a resposta imune e a segurança para determinar a dose mais adequada para a fase 3, última dos testes
- Os voluntários que desenvolveram resposta imune ainda não foram expostos ao vírus Sars-Cov-2, o novo coronavírus, para checar se a imunidade previne contra a Covid-19
- Ensaios da fase 3 são necessários para confirmar se a vacina protege efetivamente contra a infecção por Sars-CoV-2 em um grupo mais amplo da população
- A fase 3 destes testes já está em andamento
Os autores afirmam que é importante ressaltar que nenhum participante foi exposto ao vírus Sars-CoV-2 após a vacinação, portanto, não é possível para este estudo determinar se essa candidata à vacina protege efetivamente contra a infecção por Sars-CoV-2 no ambiente.
“O estudo de fase 2 acrescenta mais evidências de segurança e imunogenicidade em uma população maior do que o estudo de fase 1. Este é um passo importante na avaliação desta vacina experimental em estágio inicial. Os estudos de fase 3 estão em andamento ”, afirma Feng-Cai Zhu, Centro Provincial de Controle e Prevenção de Doenças da China.
De acordo com os pesquisadores, a vacina usou um vírus enfraquecido do resfriado humano (adenovírus). Ele entrou no organismo dos voluntários para entregar o material genético que codifica a proteína do Sars-CoV-2 e, assim, estimular a criação de anticorpos. Esses anticorpos combatem o coronavírus.
O estudo constatou que 95% (241/253) dos participantes no grupo que recebeu doses altas e 91% (118/129) dos integrantes do grupo de doses baixas apresentaram respostas imunes às células T ou aos anticorpos no dia 28 após a vacinação.
O anúncio foi feito no mesmo dia em que a Universidade de Oxford, no Reino Unido, anunciou que a vacina testada pela instituição também teve resultados preliminares seguros e induziu resposta imune.
Mais de 160 vacinas contra Covid em testes
De acordo com a OMS, há 163 vacinas sendo testadas contra o coronavírus, sendo que 23 delas estão na fase clínica, que é o teste em humanos. Os números são do balanço da organização com dados até 14 de julho.
As etapas de produção de uma vacina envolvem 3 fases:
- Fase 1: avaliação preliminar com poucos voluntários adultos monitorados de perto;
- Fase 2: testes em centenas de participantes que indicam informações sobre doses e horários que serão usados na fase 3. Pacientes são escolhidos de forma randomizada (aleatória) e são bem controlados;
- Fase 3: ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos) que precisa fornecer uma avaliação definitiva da eficácia/segurança e prever eventos adversos; só então há um registro sanitário
Embora os estudos avancem em todo o planeta, o prazo de 12 a 18 meses para liberação é considerado um recorde. A vacina mais rápida já criada, a da caxumba, levou pelo menos quatro anos para ficar pronta.
Outra hipótese contra a qual todos os pesquisadores lutam é a de que uma vacina efetiva e segura nunca seja encontrada. O vírus do HIV, que causa a Aids, é conhecido há cerca de 30 anos, mas suas constantes mutações nunca permitiram uma vacina.