Governo federal fica em penúltimo lugar em ranking de transparência em contratações emergenciais durante pandemia, atrás de estados e prefeituras

Em sua terceira edição, levantamento da Transparência Internacional inclui pela primeira vez o governo federal, que só ficou na frente do governo de Roraima. Estudo, que inclui todos os estados e capitais, verifica como as informações dos contratos feitos para combater a Covid-19 são divulgadas.

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O governo federal é o segundo menos transparente na divulgação dos contratos emergenciais feitos durante a pandemia de Covid-19, mostra ranking inédito divulgado nesta sexta-feira (31) pela Transparência Internacional.

Esta é a primeira vez que o governo federal é avaliado no levantamento, que está em sua terceira edição e inclui os todos os governos estaduais e as prefeituras das capitais. No estudo, o governo registrou 49,3 pontos de 100 possíveis. A nota é considerada regular. Só ficou acima de Roraima, com 40,51 pontos.

Segundo a ONG, o motivo do mau desempenho é a falta de detalhamento das contratações emergenciais e o fato de os dados estarem espalhados por vários portais diferentes.

A Transparência Internacional avaliou que o principal portal de informações sobre coronavírus do governo federal mostra poucos detalhes sobre as contratações e não tem os dados em formato aberto, o que é considerado importante para a transparência porque permite o cruzamento com outras informações.

De acordo com o estudo, portais de alguns órgãos federais seguem os padrões recomendados, mas só têm informações sobre suas respectivas contratações e não do governo como um todo.

“Outros sites trazem apenas números agregados que, embora possam ser úteis para fins estatísticos e de pesquisa, não facilitam o acompanhamento de contratações individuais pelas organizações da sociedade civil, jornalistas e órgãos de controle. São exemplos disso o Painel de Compras COVID-19 do Portal de Compras do governo federal e o Painel Contratações Relacionadas à COVID-19 da Controladoria-Geral da União (CGU)”, afirma a análise.

Estados e prefeituras atingem nota máxima

O resultado federal contrasta com o dos governos estaduais e prefeituras, que melhoraram a nota em relação ao primeiro e ao segundo levantamento.

A nota média dos estados aumentou de 59,5 pontos no primeiro levantamento, há dois meses, para 85,7 nesta edição. Entre as capitais, a média foi de 45,8 para 85,2 no mesmo período.

Entre os governos estaduais, Ceará, Espírito Santo e Rondônia atingiram a nota máxima.

Terceiro ranking de transparência em contratações emergenciais durante a pandemia do coronavírus feito pela Transparência Internacional tem governo federal pela primeira vez — Foto: Wagner Magalhães/G1

Terceiro ranking de transparência em contratações emergenciais durante a pandemia do coronavírus feito pela Transparência Internacional tem governo federal pela primeira vez — Foto: Wagner Magalhães/G1

Já entre as prefeituras, João Pessoa, Macapá e Vitória também alcançaram a nota 100.

Prefeituras melhoram notas no terceiro ranking de transparência em contratações emergenciais durante a pandemia do coronavírus feito pela Transparência Internacional — Foto: Wagner Magalhães/G1

Prefeituras melhoram notas no terceiro ranking de transparência em contratações emergenciais durante a pandemia do coronavírus feito pela Transparência Internacional — Foto: Wagner Magalhães/G1

No ranking anterior, apenas Espírito Santo e João Pessoa tinham alcançado esse patamar.

Metodologia

A Transparência Internacional analisou os sites, redes sociais e portais de transparência dos governos de todos os 26 estados e do Distrito Federal e de todas as 27 capitais.

Os critérios de avaliação do ranking se basearam no guia de Recomendações para Transparência de Contratações Emergenciais em Resposta à Covid-19. O manual foi lançado em maio e produzido em conjunto com o Tribunal de Conta da União (TCU).

Em junho, o governo federal já havia recebido críticas sobre transparência na divulgação de dados da Covid-19, quando o Ministério da Saúde deixou de divulgar o acumulado de infectados e mortos pela doença.

O Executivo recebeu críticas de entidades e também do Congresso Nacional, como mostra o vídeo abaixo. O governo acabou voltando atrás e retomou com a divulgação dos dados completos, como fazia anteriormente.

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