Investigado no inquérito que apura o financiamento a uma rede de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso Nacional, o dono da rede de varejo Havan afirmou à revista Veja que não é bolsonarista e que não pretende entrar para a política no futuro. Ele também negou que produza notícias falsas.
“Eu não falo com o presidente (Jair Bolsonaro) há uns quinze dias. Estive em Brasília há três meses, na posse do ministro da Justiça. Fui com outros empresários. Não sou bolsonarista como dizem”, disse Luciano Hang, completando:
“Naquilo que o governo fizer certo, vou defendê-lo. Naquilo que fizer errado, vou criticá-lo. Muitos empresários não se envolvem na política com medo de receber represália em qualquer órgão, seja municipal, estadual ou federal. Eu me envolvi para mudar isso e ajudar a reduzir a burocracia para não ficarmos à mercê de um burocrata. Sou um ativista, um patriota, querendo um país livre e com economia mais liberal.”
Luciano Hang também negou que a proximidade com o governo tenha ajudado a empresa e afirmou que só passou a aparecer mais falando de política pois começaram a surgir notícias, inclusive entre bolsonaristas, de que suas lojas seriam de petistas como Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva. Ele reconheceu que às vezes se envolve em confusões.
“Não tenho inimigos pessoais, mas sou brigão”, disse Hang, rechaçando uma carreira na política.
“Quando as pessoas perguntam se quero ser político, digo que nem aprendi a ser comerciante. Estou com 57 anos de idade e não vou aprender a ser político nunca. (…) Eu estive em Brasília na época do lançamento do partido (Aliança para o Brasil, que o presidente Bolsonaro quer fundar). Fui dar um abraço nas pessoas que lá estavam. Mas eu não me filiei e não vou me filiar. Não quero perder a independência de falar o que quero”, completou Hang, que ainda brincou com a aparência e os apelidos de “Véio da Havan” e “Zé Carioca”.