Mundo se aproxima de 700 mil mortos por coronavírus e risco de recaída cresce

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O mundo está prestes a superar, nesta terça-feira (4), as 700.000 mortes por coronavírus, o que levou alguns países como as Filipinas a decretar um novo confinamento ou a forçar o uso de máscara nas ruas, como na França ou na Holanda.

Na região da América Latina e Caribe, com mais de cinco milhões de casos e 203.000 mortes, o Brasil, com quase 95.000 mortes, é o país mais afetado.

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alertou nesta terça-feira que a situação da COVID-19 no Brasil “continua crítica”, enquanto alerta para o “impacto devastador” da pandemia em outras doenças.

Na Europa, no famoso distrito da luz vermelha de Amsterdã, o uso de uma máscara passou a ser obrigatório. Na França, o Conselho Científico, que assessora o presidente Emmanuel Macron, alertou que “o vírus circula mais ativamente” quando as medidas de distância e barreira são relaxadas.

Por isso, muitas cidades estão impondo o uso obrigatório de máscaras, como Toulouse, entre meio-dia e 03H00 da manhã. A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, recomendou seu uso nas áreas mais movimentadas da capital, como mercados abertos, calçadas ao longo do Sena e os arredores das estações de trem.

Segundo o balanço realizado pela AFP nesta terça-feira, o vírus matou na Europa mais de 211.000 pessoas, de um total de 694.507 mortes em todo o mundo desde que a OMS o detectou na China em dezembro.

Os Estados Unidos continuam liderando os países com mais óbitos, com 155.471 mortes e 4,7 milhões de casos, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. México, com mais de 48.000 mortes, Reino Unido (46.000) e Índia (quase 39.000) também fazem parte da lista com mais óbitos por coronavírus.

Diante da corrida contra o tempo lançada pelo mundo para encontrar uma vacina, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta terça-feira que os protocolos sejam respeitados.

“Qualquer vacina é um medicamento e, para esse fim, precisa passar por todos os diferentes ensaios e testes antes de ser aprovada para implantação”, disse o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier.

Na segunda-feira, a Rússia levantou preocupações de pesquisadores ao anunciar que estava preparada para produzir “vários milhões” de doses a partir de 2021.

– Novos confinamentos –

Nas Filipinas, mais de 27 milhões de pessoas, um quarto da população teve que se confinar novamente após o alerta lançado pelas associações médicas.

Desde junho, quando a maioria do país encerrou o confinamento, as infecções multiplicaram por cinco e ultrapassaram 100.000 casos.

O retorno ao confinamento foi anunciado com apenas 24 horas de antecedência, o que deixou muitos habitantes bloqueados em Manila, com a interrupção dos transportes, principalmente voos.

“Não temos mais dinheiro. Não podemos deixar o aeroporto porque não temos família aqui”, disse Ruel Damaso, um trabalhador da construção civil de 36 anos que queria voltar para sua casa em Zamboanga, no sul do país.

– “Cidade fantasma” –

A preocupação também cresce na Austrália, que começou a aplicar inúmeras restrições.

A partir de quarta-feira à meia-noite, todas os comércios não essenciais serão fechados em Melbourne, assim como as repartições públicas, uma medida que se soma ao toque de recolher noturno aplicado desde domingo aos residentes da cidade.

Bill Morton, um livreiro na segunda cidade da Austrália, diz que vive em uma “cidade fantasma”. “As pessoas estão desmoralizadas”, disse ele à AFP.

No âmbito econômico, a pandemia também não dá trégua.

Para muitas empresas, a COVID-19 é uma catástrofe, como para a petroleira britânica BP, que anunciou nesta terça-feira uma perda líquida de 16,8 bilhões de dólares no segundo trimestre, ou o grupo agroquímico alemão Bayer, que teve prejuízo de 9,5 bilhões de euros (cerca de US$ 11 bilhões) no mesmo período.

A companhia aérea britânica de baixo custo EasyJet, com sérias dificuldades como todo o setor, anunciou uma perda antes dos impostos de 324,5 milhões de libras (424 milhões de dólares) entre abril e junho.

A empresa Carnival Cruise Line, que planejava retomar sua atividade esta semana depois de vários meses paralisada, finalmente decidiu adiar suas primeiras viagens de cruzeiro por não obter autorização da Itália.

Nos Estados Unidos, o plano de ajuda econômica não parece avançar, e empresas e trabalhadores temem pelo futuro.

Quase uma centena de líderes de multinacionais americanas como Walmart, Microsoft ou Merck, assim como de várias federações profissionais, enviaram uma carta aos congressistas americanos na segunda-feira.

Eles preveem uma “onda de fechamentos definitivos” se nada for feito antes de setembro e “um efeito cascata de empregos sendo destruídos”.

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