Queixas sobre administradoras de consórcios estão sendo recorrentes no escritório local do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor do Estado de Rondônia ( Procon) de Ji-Paraná. Especialmente quando se trata de golpes aplicados diretamente ao consumidor nesse período de pandemia do novo coronavírus.
“O consumidor deve ficar atento às promessas de quitação de consórcio durante o período pandêmico. Os golpistas estão aproveitando do momento e oferecendo descontos consideráveis. Isso é golpe”, alerta a gerente local do órgão, Luana Stocco, informando o registro de 42 casos do gênero só em Ji-Paraná.
Desde o início da pandemia de coronavírus, em março, até os dias atuais, a unidade local do Procon/RO registrou 1.290 reclamações e mais de duzentas audiências de conciliação foram realizadas. “Felizmente 90% dos resultados de nossas demandas foram frutíferas”, avalia Stocco.
Morador de Ji-Paraná, o autônomo Edson Martins da Costa, 65 anos, recorreu presencialmente à unidade do Procon para pedir socorro, pois sentiu-se lesado por um vendedor do consórcio de um carro zero quilômetro, o qual adquiriu uma cota há mais de quatro anos. O consumidor buscou orientações e entregou o caso aos técnicos do Procon a fim de solucionar o impasse, no caso, o prejuízo que ele considera estar sofrendo.
“Quando comprei a cota às informações sobre o bem, condições de pagamento das mensalidades, bem como a quitação, o recebimento do veículo ou a carta de crédito, me foi explicado de uma maneira. No decorrer do tempo a situação é outra. Além de aumentar absurdamente o valor da parcela nem consigo quitar para receber o bem”, queixou-se no Procon, em Ji-Paraná.
A taxa de administração cobrada mensalmente pela administradora de consórcio, segundo Edson Martins, saltou de 7% para 20%. “Resta-me 22 parcelas para quitar o carro novo, mas a administradora se recusa a me fornecer no ‘papel’ o quanto devo”, explicou o consumidor no Procon, reclamando também que a prestação mensal aumentou, e sempre foi quitada até o dia do vencimento.
“Estamos avaliando o caso. Nossa primeira providência foi requisitar cópia do contrato firmado entre as partes e o saldo devedor do consumidor para fins de quitação. Ao recebermos oficialmente esses documentos vamos analisar os fatos e tomar as medidas necessárias”, explicou a gerente local do órgão.
O Procon em Ji-Paraná segue com os atendimentos de maneira remota, conforme as normas implantadas pela Superintendência Estadual de Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura (Sedi). Apenas casos especiais, como o do idoso Edson Martins, por exemplo, recebem atendimentos presenciais.
O órgão funciona nas dependências do Tudo Aqui, o extinto Shopping Cidadão, das 7h30 às 13h30, de segunda a sexta-feira de maneira remota por meio do endereço eletrônico jiparana@procon.ro.gov.br e pelo telefone 151 e, também, pelos telefones e aplicativos de whatsapp 99270-4113 e 98431-2986.