O governo Bolsonaro estuda pagar novas parcelas do auxílio emergencial para trabalhadores informais e pessoas de baixa renda. O valor, no entanto, deve ser cortado para R$ 200 ou no máximo R$ 300.
O auxílio foi instituído para ajudar trabalhadores informais e a população vulnerável que perdeu renda com a pandemia do novo coronavírus.
Os R$ 200 eram a quantia que a equipe econômica do governo federal queria pagar às pessoas mais duramente atingidas pela emergência de saúde. Mas o projeto foi modificado na Câmara dos Deputados e o valor ficou nos R$ 600.
Se fosse apenas prorrogar o auxílio como está, o governo não precisaria da MP. Como pretende reduzir o valor, vai precisar de nova medida legislativa.
Apesar de não ter proposto os R$ 600 inicialmente, o capitão reformado levou todo o crédito pelo pagamento do auxílio nesse novo valor, que foi fundamental para que ele visse sua avaliação melhorar, como mostrou pesquisa do Datafolha.
De crítico a defensor
De olho nessa população que passou a aprovar o governo, Bolsonaro quer criar um novo programa social de transferência de renda, nos moldes do Bolsa Família, implementado no governo do ex-presidente Lula. A ideia é chamá-lo de Renda Brasil.
O pagamento de novas parcelas menores do auxílio emergencial seria uma forma de transição desse benefício para o novo programa. Nos bastidores, os técnicos do governo chamam essa transição de “desmame”. Quando era deputado federal, o atual presidente era crítico do Bolsa Família. Chegou a dizer, em palestrana Universiade Federal Fluminense, que o “voto do idiota” era comprado com o benefício.