Fotos e filmagens são essenciais para comprovar denúncia de maus tratos aos animais, orienta Polícia Civil

0
348

Cada vez mais cresce o número de pessoas dispostas a defender os animais. Assim informa a delegada Janaina Xander Wessel, responsável pela Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes contra o Meio Ambiente. No entanto, não basta ligar no disque denúncia da Polícia Civil – 197, existe um problema a ser resolvido que é a falta de provas, porque algumas pessoas não filmam e não fazem fotos para comprovar a violência que o animal sofre.

Em parceria com as organizações não governamentais (ONGs) Patudinhos, Voluntário Animal, Adote um amor, Socorristas Animais e Peludinhos da Unir, que cuidam, protegem e ajudam no resgate dos animais vítimas de maus tratos, e com o apoio do veterinário Bruno Sadeck, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), tem sido feito um trabalho de restaurar a saúde física e psicológica dos resgatados que, na maioria das vezes, ficam debilitados e, pela falta de água e comida, violentos com humanos, por terem sidos espancados diversas vezes.

Atualmente, na Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes contra o Meio Ambiente, existem três animais. Os cachorros Bidu, Brutus e o gato Freud. Desde que a delegada Janaina assumiu o Núcleo de Proteção aos Animais, cerca de 25 animais foram retirados da situação de maus tratos.

“Quando recebemos a denúncia nós anotamos o endereço e vamos até a casa do acusado, lá nós preenchemos o protocolo que é o relatório sobre como vive o animal”, conta a delegada. O questionário é detalhado com perguntas como: quantos animais existem no local, quais são as espécies, há espaço suficiente para o animal locomover-se, o animal tem local para abrigar-se do sol ou da chuva, o lugar onde o animal fica está limpo, o animal está machucado, fica solto na rua, entre outras indagações que a polícia faz para apurar a denúncia.

Os agressores de maus tratos respondem no artigo 32 da Lei 9605/1998, que é a lei dos crimes ambientais. É feito um termo circunstanciado de ocorrência (TCO) pelo crime de menor potencial ofensivo, ficando impossibilitado de assumir concurso público, caso seja aprovado. Além disso, a detenção é de três meses a um ano, com pagamento de multa. Sendo obrigado, por força de lei, ressarcir financeiramente todos os custos com remédios, internação, operação, vacinas e demais tratamento veterinário que as ONGs venham pagar para reabilitar o animal.

“Nós também temos o artigo vinte e nove da mesma lei, que é você ter animal silvestre em casa sem ter a devida licença, e também nós temos o artigo trinta e oito da Lei das Contravenções Penais, que é omissão de cautela, ou seja, deixar a cachorro solto na rua, é crime também”, enfatiza Janaína.

A Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec), representada pelo titular da pasta, coronel José Hélio Cysneiros Pachá e o secretário adjunto, Hélio Gomes Ferreira, visitou as instalações da Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes contra o Meio Ambiente na última segunda-feira (24) e os representantes do Governo parabenizaram a delegada, Janaína XanderWessel, pelo excelente trabalho realizado em prol de salvar as vidas dos animais maltratados.

“O que chama a nossa atenção é o amor da equipe da Janaína no resgate dos animais. Conhecer a história do cachorro Brutus, que conseguiu fugir dos maus tratos e foi se refugiar na delegacia, sendo considerado pelos policiais que o adotaram o cão de guarda da delegacia, nos enche de orgulho dessa equipe comprometida em proteger os animais”, afirmou Pachá.

Outro adotado pelos policiais é o gato Freud. Enquanto a equipe trabalha, ele deita em cima da mesa ou pula no colo dos policiais em busca de carinho. O que segundo a delegada Janaína trouxe relaxamento para os policiais, que agora ficam menos estressados.

O caso mais preocupante que a Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes contra o Meio Ambiente enfrenta é do cachorro Bidu. Ele foi encontrado após denúncia, amarrado em uma corrente curta, sem água, sem comida, e deitado no mesmo local onde realizava as necessidades fisiológicas. Devido à crueldade que era submetido, mordeu o dono e até hoje não confia em ser humano. Está em reabilitação psicológica para entrar no processo de adoção.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui