PF cumpre três mandados em Rondônia em operação contra lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas

Operação Pavo Real é contra família de chefe do tráfico na fronteira do Paraguai. Também são cumpridos mandados no Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Santa Catarina.

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A 3ª Vara da Justiça Federal em Rondônia expediu 21 mandados de prisão e 67 de busca e apreensão, nos estados de Rondônia, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina e também no Distrito Federal, no âmbito da operação Pavo Real, que investiga uma organização criminosa dedicada à lavagem e ocultação de bens obtidos por meio do tráfico internacional de drogas. Em Rondônia são cumpridos três mandados de buscas de bens.

Segundo a Polícia Federal, as investigações começaram em fevereiro de 2019 em Rondônia, para identificar a movimentação de valores por um dos internos da Penitenciária Federal de Porto Velho. O investigado, segundo a PF é um dos cinco maiores traficantes do Brasil: Jarvis Gimenes Pavão. Atualmente preso na Penitenciária Federal de Brasília.

Durante as investigações foi identificada uma organização criminosa composta, em grande parte, pelos familiares do investigado, incluindo a esposa, mãe, padrasto, filhos, genros, irmãos e sobrinhos, todos com prisão decretada, agora, pela Justiça Federal de Porto Velho.

Jarvis Pavão sendo extraditado para o Brasil  — Foto: Rede Globo/Reprodução

Jarvis Pavão sendo extraditado para o Brasil — Foto: Rede Globo/Reprodução

Em nota, a PF informou que agentes federais de execução penal apreenderam, na cela do interno, bilhetes redigidos de próprio punho, que foi posteriormente confirmado por perícia grafotécnica, contendo anotações de diversos imóveis identificados apenas por siglas e codinomes, tanto no Brasil quanto no exterior.

“Com a liderança exercida pelo interno e seu filho, os investigados se associaram para a perpetuação e controle do tráfico internacional de drogas na fronteira entre o Mato Grosso do Sul e o Paraguai, em uma verdadeira “guerra” contra facções e organizações rivais”, consta da nota da Polícia Federal.

O nome da operação faz referência à alcunha (codinome) pelo qual é chamado o investigado, mundialmente conhecido pelo seu envolvimento com o tráfico internacional de drogas e armas. Tendo permanecido preso, no Paraguai, durante vários anos até ser expulso para o Brasil, em 2017, quando passou a cumprir sua pena em estabelecidos prisionais federais.

Primeira fase

Em junho de 2019, a Polícia Federal deflagrou a primeira fase da operação, com o cumprimento de mandados de busca em imóveis de alto padrão, alugados pelos familiares do interno, em Porto Velho, onde ocorreu a apreensão de arma, munições e diversos documentos e equipamentos eletrônicos que reforçaram o esquema de lavagem de capitais.

Os criminosos passaram a residir nos imóveis citados com o intuito de facilitar as visitas à Penitenciária Federal.

Bloqueio de bens

Ainda conforme a PF, a Justiça Federal determinou o bloqueio de mais de R$ 302 milhões, das contas de 96 investigados, entre pessoas físicas e jurídicas, e a suspensão da atividade comercial de 22 empresas utilizadas, pela organização criminosa.

Foi determinado especificamente o sequestro de 17 carros de luxo, que valem R$ 100 mil cada. E ainda cerca de 50 imóveis que ultrapassam a quantia de R$ 50 milhões.

Jarvis Pavão

Jarvis Ximenes Pavão era, segundo a Justiça brasileira, o representante da quadrilha paulista no Paraguai. Em 2009, ele passou a cumprir pena no país vizinho, mas também pesava uma condenação a 17 anos de prisão no Brasil, por tráfico de drogas.

Em 2017, de acordo com as polícias paraguaias e brasileiras, mais de 20 execuções foram registradas na região da fronteira, no Mato Grosso do Sul. Um delas foi a do irmão de Jarvis, Rony Pavão, assassinado em março de 2017, com disparos de pistola 9 milímetros. Segundo as investigações, a morte foi resultado da guerra pelo controle da venda de drogas.

Em dezembro de 2017, Pavão foi extraditado para o Brasil para cumprir a pena imposta no Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, por tráfico e lavagem de dinheiro. Desde então, passou pelos presídios de Brasília e Porto Velho, voltando à capital no ano passado.

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