Nenhuma vacina contra o coronavírus foi aprovada ainda, mas os países estão correndo para entender melhor qual será a ordem de prioridade para a população uma vez que a proteção chegar ao mercado. Um grupo de especialistas nos Estados Unidos, por exemplo, divulgou uma lista de recomendações que podem dar uma luz a como deve acontecer a campanha de vacinação.
Segundo o relatório dos especialistas americanos (ainda em rascunho), na primeira fase deverão ser vacinados profissionais de alto risco na área da saúde, socorristas, depois pessoas de todas as idades com problemas prévios de saúde e condições que as coloquem em alto risco e idosos que morem em locais lotados.
Na segunda fase, a vacinação deve ocorrer em trabalhadores essenciais com alto risco de exposição à doença, professores e demais profissionais da área de educação, pessoas com doenças prévias de risco médio, adultos mais velhos não inclusos na primeira fase, pessoas em situação de rua que passam as noites em abrigos, indivíduos em prisões e profissionais que atuam nas áreas.
A terceira fase deve ter como foco jovens, crianças e trabalhadores essenciais que não foram incluídos nas duas primeiras. É somente na quarta e última fase que toda a população será vacinada.
Para o Dr. Celso Granato, infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury, no Brasil a ordem deve ser bem parecida com a orientada pelos Estados Unidos. “Os grupos de risco devem receber primeiro as doses da vacina, como os profissionais da área de saúde, da força de segurança (policiais, bombeiros), idosos e pessoas de alto grau de exposição, como motoristas de transportes coletivos. Depois que todos forem vacinados, aí sim a proteção ficará disponível para o restante da população”, explicou ele em entrevista à EXAME.
O relatório americano ainda precisa passar Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) americano e pela Casa Branca para ser aprovado, e alguns especialistas pedem que minorias sociais sejam inclusas para receber a vacinação primeiro, visto que estão em situação de risco.
O caminho para o fim da pandemia ainda é longo. Nada ainda é concreto, mas as orientações dos EUA podem servir para entender melhor como deve se seguir o processo logo que uma vacina for aprovada.