A Polícia Federal cumpriu 28 mandados de busca e apreensão em sete municípios de Rondônia na manhã desta quinta-feira (24), durante a Operação Crassa, deflagrada para desarticular uma organização criminosa dedicada à exploração e ao comércio ilegal de diamantes extraídos ilegalmente da Terra Indígena Roosevelt, no Estado.
Segundo a PF, foram cumpridos nove mandados em Espigão do Oeste, onze em Cacoal, um em Pimenta Bueno, um em Cerejeiras, um em Ji-Paraná, um em Guajará-Mirim e quatro em Porto Velho.
A 3ª Vara Criminal da Subseção Judiciária de Rondônia expediu 53 mandados de buscas para serem cumpridos em Rondônia, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Roraima, São Paulo e o Distrito Federal. Dentre os crimes investigados estão organização criminosa, usurpação de bens da União e lavagem de dinheiro.
De acordo a PF, o esquema criminoso movimenta cerca de US$ 20 milhões mensalmente, englobando todas as extrações ilegais. Os diamantes da reserva estão entre os que são considerados os mais valiosos do mundo.
Investigação
O trabalho investigativo teve início em 2018, com a prisão em flagrante de três pessoas em posse de diversas pedras de diamante, que haviam se deslocado de São Paulo a Rondônia para adquiri-las.
Eles confessaram que os diamantes tinham sido retirados da Reserva Roosevelt. Durante as investigações houve êxito na identificação do esquema criminoso que conta com a participação de garimpeiros, lideranças indígenas, financiadores do garimpo, avaliadores, comerciantes e intermediadores que estabelecem a conexão entre os fornecedores e o mercado consumidor nacional e internacional.
O termo “Crassa” remete ao estado bruto dos diamantes, tendo sido identificado no início das investigações a referência “Bruto” ao lado dos contatos relacionados a garimpeiros e intermediários do comércio ilegal do mineral na agenda dos indivíduos presos em flagrante.