O presidente da Câmara de Ji-Paraná, Affonso Cândido, do partido Democratas, assumiu nesta segunda-feira (28) o cargo de prefeito da cidade. A posse do interino ocorreu após Marcito Pinto ser preso pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Reciclagem, deflagrada na última sexta-feira (25).
Cândido tomou posse na Câmara Municipal de Vereadores no início da tarde depois de uma notificação do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO). Até a manhã desta segunda, o cargo de prefeito seguia indefinido.
O novo prefeito interino de Ji-Paraná tem 30 anos, dois mandatos coo vereador e assumiu a presidência da Câmara em 2017. A posse do prefeito interino se estende até 31 de dezembro de 2020.
Prefeito Marcito Pinto é preso pela PF em Ji-Paraná — Foto: Reprodução/WhatsApp
O afastamento de Marcito Pinto vale por 120 dias, período que ultrapassa o mandato. Ele ainda pode reassumir a prefeitura caso tenha o afastamento revogado. No momento, a Câmara Municipal fica sob o comando do vereador Joaquim Teixeira dos Santos (MDB).
Em entrevista à Rede Amazônica, o procurador geral Sídney Duarte Barbosa havia explicado sobre a situação da administração municipal.
“No caso de Ji-Paraná, o substituto natural do prefeito Marcito Pinto é o presidente da Câmara, pois não temos vice-prefeito”, disse.
Prisão de Marcito
Marcito Pinto foi preso na sede da administração municipal, o palácio Urupá. Ele foi levado à viatura sem algema. Ele e outros três prefeitos e um deputado estadual, também detidos, são investigados na Operação Reciclagem, que apura crimes contra a Administração Pública.
Segundo a PF, a investigação começou em dezembro de 2019. A denúncia partiu de um empresário que prestava serviços às prefeituras.
Uma das prefeituras, cujo nome ainda não foi detalhado pela PF, teria condicionado o pagamento de uma dívida com um prestador de serviço ao repasse de propina. Foi esse empresário que decidiu denunciar a fraude e delatou os outros três municípios que, segundo ele, adotavam a mesma prática de corrupção.
Dinheiro apreendido durante Operação Reciclagem em RO — Foto: PF/Divulgação
A PF diz que imagens de câmeras provaram que os investigados recebiam milhares de reais em dinheiro.
Além dos mandados de prisão, foi determinado o afastamento das funções públicas dos envolvidos e o bloqueio de ativos que ultrapassam R$ 1,5 milhão, valor que, em tese, teria sido recebido de forma ilícita.