O prefeito Anuar Arantes Amuy (MDB) se posicionou sobre o ocorrido e disse que todos os envolvidos foram identificados. Já a Polícia Civil informou que vai acompanhar o caso. Veja abaixo notas da emissora afiliada Globo e de associações.
Agressão
Enquanto o repórter Arcênio Corrêa entrevistava funcionários do PAM, em uma reportagem feita após denúncia de moradores sobre as condições físicas do prédio, um homem que se identificou como médico de nome Jackeny Melo foi tirar satisfação com a equipe. O jornalista conversava com o agressor, que avançou e tentou tomar o microfone e o celular.
Enquanto isso, outro homem não identificado, que estava perto, agarrou o repórter por trás e o enforcou. O cinegrafista Stanley Matias tentou separar os dois. Em seguida, o agressor, não identificado, saiu da confusão, jogou um celular no chão e fugiu.
A equipe acionou a Polícia Militar para registrar um Boletim de Ocorrência e fez exame de corpo e de delito. O repórter Arcênio Corrêa foi atendido queixando-se de dor nas costas, lesões nos braços e dores ao engolir. Ele teve escoriações leves, segundo boletim médico.
A reportagem também procurou o médico para se posicionar sobre a agressão, mas até a última atualização da reportagem, as ligações não foram atendidas.
Polícia Civil
O delegado-chefe do 9º Departamento de Polícia Civil, Marcos Tadeu Brandão, disse que iria aguardar o fechamento da ocorrência policial para ouvir o relato da equipe de reportagem.
Manifestações
O TV Integração e associações enviaram notas de repúdio em manifestação sobre a agressão à equipe de reportagem. Confira abaixo as íntegras.
TV Integração
A TV Integração lamentou o ocorrido por meio de sua direção de Jornalismo.
“Exatamente quando ampliamos nossa cobertura para divulgar as propostas dos candidatos a prefeito de mais cidades de nossa área de cobertura ocorre algo lamentável assim”, disse o diretor de Jornalismo da emissora, Paulo Eduardo Vieira.
Dentro da cobertura eleitoral de 2020, diversos municípios mereceram atenção com reportagens falando de uma questão local e quais as propostas dos candidatos daquela cidade. Reportagens desse quadro já haviam sido feitas em Araguari, Sacramento, Patos de Minas e Nova Serrana. A agressão ocorreu enquanto era produzida a reportagem que embasaria as entrevistas dos candidatos locais”.
“A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) repudia, com veemência, as agressões sofridas pela equipe de reportagem da TV Integração, em Prata, no Triângulo Mineiro, nesta quinta-feira (29). Enquanto o repórter Arcênio Corrêa entrevistava funcionários de um posto de saúde da cidade, um homem que se identificou como médico tentou tomar o celular do jornalista e a câmera do cinegrafista Stanley Matias. Em seguida, um outro homem agarrou Corrêa pelo pescoço e tentou enforcá-lo.
O repórter precisou ser ajudado por outras pessoas para se livrar das agressões. A Abert condena todo e qualquer tipo de violência contra qualquer cidadão, em especial, contra profissionais da comunicação que estejam no exercício da atividade jornalística. Atos como este são um atentado à liberdade de imprensa e ao direito do cidadão de ser informado sobre fatos de interesse público. A Abert pede às autoridades locais a apuração rigorosa do caso e a punição dos responsáveis.”
Abraji
“A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo considera inaceitável que profissionais de imprensa sejam atacados no exercício de suas funções. É a segunda vez este ano que profissionais da TV Integração são vítimas de atos violentos. A Abraji se solidariza com o repórter Arcênio Corrêa e seus colegas da emissora. E exige que as autoridades punam os agressores. Os jornalistas precisam de segurança para trabalhar, pressuposto fundamental em regimes democráticos.
A Abraji lembra que os casos de hoje se somam a outros episódios de violência física e verbal contra jornalistas desde o início da pandemia do novo coronavírus. Recente levantamento da Abraji registrou 275 alertas de ataques contra profissionais de imprensa e veículos, incluindo assédio virtual e outras hostilidades.”
Amirt
“A Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt) repudia veementemente as agressões físicas contra jornalista de Prata, quando o profissional estava em um hospital para gravar reportagem sobre as Eleições. O ato de agressão física contra um repórter da TV Integração, emissora da cidade de Prada, no Triângulo Mineiro, na manhã desta quinta-feira (29). O jornalista Arcênio Corrêa e o cinegrafista Stanley Matias estavam em frente ao Pronto Atendimento de Saúde Municipal (PAM) entrevistando pessoas para mostrar a situação da saúde na cidade e ouvir os candidatos.
A Amirt espera que os fatos sejam apurados com o rigor que deve nortear todas as apurações e a devida punição a todos os envolvidos. Mais do que isso, a Amirt entende que o respeito mútuo é essencial na construção de uma nação equilibrada e justa.
Em momentos em que o país atravessa turbulências políticas, radicalização de ideias e princípios, além de crise financeira, atos como este podem representar sérias ameaças contra a Liberdade de Imprensa e de expressão e contra a Democracia Brasileira.”
SJPMG e Fenaj repudiam agressões a repórter da TV Integração em Prata (MG)
“O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais e a Federação Nacional dos Jornalistas vêm a público repudiar as agressões sofridas pelo repórter Arcênio Corrêa, da TV Integração, afiliada da Rede Globo no Triângulo Mineiro, durante entrevista no município de Prata, na manhã desta quinta-feira 29/10. As agressões foram gravadas pelo cinegrafista Stanley Matias e podem ser vistas clicando AQUI e na página do G1 Triângulo e Alto Paranaíba.
O G1 informa que Arcênio Corrêa fazia entrevistas em frente ao Pronto Atendimento de Saúde Municipal de Prata para a cobertura das eleições municipais. Subitamente, um homem — que, segundo o G1, tinha se identificado como médico, de nome Jackeny Melo — avançou sobre o microfone e tentou tomá-lo da mão de Arcênio. Ao mesmo tempo, outro homem saltou sobre o repórter por trás e lhe deu uma gravata.
As agressões terminaram graças à intervenção de profissionais do posto de saúde e do cinegrafista Stanley Matias, que deixou a câmara ligada e socorreu o repórter, livrando-o do h omem que lhe dava a gravata. Este pegou um celular caído no chão, supostamente do repórter, e o jogou com força no chão outra vez; em seguida saiu correndo.
A equipe jornalística acionou a Polícia Militar para registrar um Boletim de Ocorrência e fazer exame de corpo delito. O diretor de Jornalismo da TV Integração, Paulo Eduardo Vieira, lamentou o ocorrido e informou que a reportagem interrompida fazia parte da cobertura eleitoral, visando a divulgar as propostas dos candidatos a prefeito nas diversas cidades da região.
O SJPMG e a Fenaj se solidarizam a Arcênio Corrêa, Stanley Matias e demais profissionais da TV Integração e manifestam mais uma vez sua defesa intransigente dos jornalistas e da liberdade de imprensa.
É inaceitável que jornalistas sejam impedidos de realizar o seu trabalho imprescindível para informar a população. É gravíssimo que esse impedimento seja feito por meio de violência física, como ocorreu neste episódio e já se tornou frequente no Brasil, tornando o país um dos mais perigosos para o exercício do jornalismo.
Esperamos que a polícia cumpra sua função de investigar os fatos e a justiça puna os agressores, para que acontecimentos assim não se repitam. E que o prefeito de Prata, Anuar Arantes Amuy, que declarou ao G1 lamentar as agressões e prometeu instalar procedimento contra os funcionários do Posto de Saúde, já identificados, tomar as medidas administrativas cabíveis.
A sociedade não pode aceitar agressões a jornalistas, sob pena de ver cassado o seu direito à informação.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais
Federação Nacional dos Jornalistas”
“NOTA À IMPRENSA
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG) repudia qualquer tipo de violência contra os cidadãos em geral e contra os profissionais no exercício de sua função. É inadmissível que qualquer classe profissional e qualquer pessoa fiquem vulneráveis a agressões físicas ou psicológicas que carecem de qualquer justificativa, devendo os fatos serem apurados.
O CRM-MG apoia a liberdade de imprensa e o direito dos cidadãos à informação”.