Após quase dois anos de construção, a China anunciou o lançamento de seu primeiro conjunto de antenas de rádio do espaço profundo, localizado em Kashgar. Segundo informações do Xi’an Satellite Control Center, a ideia é que a nova instalação dê apoio ao rastreio e monitoramento de missões realizadas na Lua e em Marte — incluindo a missão marciana Tianwen-1 e a Chang’e 5, lançada ontem para coletar amostras lunares.
O conjunto foi construído no centro de controle da estação de Kashgar, e conta com quatro antenas de 35 m de diâmetro, sendo que duas delas foram construídas recentemente. A capacidade de recepção de dados da instalação equivale àquela de uma antena com diâmetro de 66 metros. Segundo informações de Li Sihu, diretor da estação, “o sistema pode realizar rastreamento e controle de alta precisão de uma ou de várias naves”. Além disso, este sistema trabalha independentemente, e poderá se unir a observatórios tanto locais quanto de países para missões conjuntas de rastreamento e observações radioastronômicas.
China’s 1st deep space antenna array system has been put into use at the ground station in Kashgar, NW China’s Xinjiang. Consisting of four 35m-diameter antennas, the system will support spacecraft tracking and monitoring missions including Tianwen-1 and Chang’e-5. pic.twitter.com/5awDzegmur
— China Science (@ChinaScience) November 18, 2020
De acordo com informações da equipe do centro, o sistema foi desenvolvido para aprimorar o alcance do monitoramento e da sensibilidade para a recepção de dados da estação em solo para projetos de exploração no espaço profundo — e já foi usado para rastrear a sonda Tianwen-1, que chegará a Marte em fevereiro de 2021, bem como a sonda Chang’ e 4, que explora o lado afastado da Lua.
A estação vai trabalhar junto de estações de espaço profundo localizadas em Jiamusi, também na China, além de uma estação na Patagônia, na Argentina, para realizar o rastreamento espacial e controle da missão da sonda Tianwen-1. Fontes do centro Xi’an reportaram que outras estações chinesas estão preparadas para dar suporte à missão Chang’e 5, e já passaram pela manutenção de equipamentos e treinamento para esta nova missão — a mais ambiciosa e complexa desde o lançamento do programa espacial chinês.