O candidato Dr. Furlan (Cidadania) venceu o segundo turno das eleições em Macapá (AP). Com 100% das urnas apuradas, Furlan obteve 55,67% dos votos contra 44,33% de seu adversário, Josiel Alcolumbre (DEM). A derrota de Josiel é interpretada como um golpe direto ao seu irmão, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que se empenhou na campanha da família.
As eleições em Macapá só aconteceram neste domingo porque foram adiadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por conta dos apagões que atingiram o Amapá no início de novembro. Os apagões foram causados por um incêndio que afetou transformadores ligados ao sistema de transmissão de energia elétrica na região. O adiamento afetou apenas as eleições em Macapá. A disputa nos municípios do interior ocorreram normalmente.
Ainda não está claro se os apagões que atingiram Macapá afetaram, de fato, o resultado da disputa, mas as pesquisas indicam que, desde o início da crise, Josiel teve uma queda em sua popularidade.
Em 28 de outubro, antes do início dos apagões, o irmão de Davi Alcolumbre liderava as simulações feitas pelo Ibope para o segundo turno das eleições na capital. Na disputa simulada com Dr. Furlan, Josiel aparecia com45% das intenções de voto contra 42%.
Na simulação feita no dia 17 de dezembro, o cenário era diferente: Furlan tinha 49% das intenções de voto contra 42% de Josiel. Nos dois casos as pesquisas tinham margem de erro de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.
No primeiro turno, ocorrido em 6 de dezembro, Josiel terminou em primeiro lugar, com 29,47% dos votos válidos, e Dr. Furlan em segundo, com 16,03%. Mas uma simulação de segundo turno divulgada dois dias antes já apontava uma pequena vantagem para Dr. Furlan, ainda que dentro da margem de erro de quatro pontos para mais ou para menos. Naquela ocasião, o Ibope dava 42% para o candidato do Cidadania, e 40% para o irmão do presidente do Senado, enquanto o restante era de brancos, nulos e indecisos.
Dr. Furlan, que é médico, está no terceiro mandato como deputado estadual. Em sua campanha, ele usou o discurso da renovação, com fortes críticas às famílias que dominam a política local no Amapá. Ele enfrentou uma disputa acirrada com outros candidatos para conquistar a segunda vaga no segundo turno.
Para a família Alcolumbre, a derrota foi um duro golpe nas pretensões de Davi consolidar o seu grupo político no estado. O presidente do Senado se engajou na campanha, articulando uma ampla coligação para garantir apoio ao seu irmão. Essa aliança incluiu o atual prefeito, Clécio Luis (sem partido) e o governador do Amapá, Waldez Goes (PDT).