A Indonésia autorizou hoje o uso emergencial da vacina CoronaVac, vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac que no Brasil está sendo produzida pelo Instituto Butantan.
Além da liberação, a Indonésia anunciou que a eficácia da vacina nos testes conduzidos do país foi de 65,3% em resultado preliminar. A fase 3 contou com 1.620 voluntários.
“Com base nos dados e considerando a orientação da (Organização Mundial da Saúde), o CoronaVac atendeu aos requisitos para obter a autorização para o uso da vacina”, disse o chefe da Agência de Monitoramento de Alimentos e Medicamentos da Indonésia, Penny Lukito.
A CoronaVac teve testes realizados também no Brasil e na Turquia. Na semana passada, o Instituto Butantan anunciou que a eficácia da vacina era de 78% para prevenir casos leves da doença (desfecho secundário), mas não apresentou a eficácia geral.
Na Turquia, resultados preliminares indicaram eficácia de 91,25% em resultados preliminares dos testes com 7.371 voluntários.
A eficácia geral da vacina compara o número de “eventos” (pessoas doentes) nos grupos vacinado e placebo. Ou seja, em uma vacina com 65% de índice, levando e conta um grupo de 100 pessoas que receberam o imunizante, 65 ficaram protegidas contra a doença.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda uma taxa mínima de 50% de eficácia.
Presidente Será Primeiro a Tomar Vacina na Indonésia.
A Indonésia planeja começar ainda nesta semana a vacinação com a CoronaVac, sendo que profissionais de saúde e outros funcionários públicos serão os primeiros imunizados.
O presidente da Indonésia, Joko Widodo, disse que será a primeira pessoa a receber a vacina. “Por que o presidente é o primeiro? Não se trata de me colocar em primeiro lugar, mas de garantir a todos que esta vacina é segura”, disse Widodo em uma rede social.
A Indonésia já recebeu 3 milhões de doses da CoronaVac. O país no momento vive uma escalada no número de casos e mortes causados pela doença, atingindo um total de 828,026 registros de casos e 24.129 óbitos.
Análise no Brasil.
No momento, os dados da CoronaVac estão sendo avaliados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) após pedido de uso emergencial feito pelo Instituto Butantan. A aprovação na Indonésia não deve ter influência no processo, que teve início na última sexta-feira (08), com prazo de 10 dias para conclusão.
No sábado, a Anvisa informou que pediu ao Butantan o envio documentos que já eram previstos e não foram entregues. Ontem, o instituto começou a enviar os documentos pendentes.
O status do relatório, atualizado às 20h16 de ontem, indica que 48,36% dos registros ainda precisam de complementação. Em análise são 8,1%. O processo total para regularizar o pedido emergencial da vacina está 38,07% concluído. De acordo com a Anvisa, 5,47% dos estudos não foram apresentados ainda pelo Butantan — o que inclui o relatório de imunogenicidade, que é a capacidade de uma substância provocar uma resposta imune.
Além da CoronaVac, a Anvisa analisa um pedido de uso emergencial da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para a vacina desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. Segundo a agência, a fundação entrego na sexta-feira (08) os “documentos preliminares e essenciais para a avaliação detalhada da Agência”.