Governo do RJ confirma transmissão local de variantes brasileira e britânica do coronavírus

Autoridades identificaram que 4 pacientes sem registro de viagens foram infectados com as novas cepas — um quinto paciente, também contaminado, veio de Manaus.

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O governo do Rio de Janeiro confirmou que existe transmissão local das variantes brasileira e do Reino Unido do coronavírus no estado. A informação foi divulgada em uma nota conjunta das secretarias de Saúde do estado e do município no fim da noite desta quinta-feira (18).

Os dois órgãos estavam investigando o histórico dos pacientes, para saber onde eles foram contaminados.

Segundo as autoridades, 4 pacientes sem registro de viagens foram infectados com as novas cepas — um quinto paciente, também contaminado, veio de Manaus.

“O levantamento constatou que, com exceção do paciente oriundo de Manaus, os demais são autóctones, ou seja, a contaminação aconteceu dentro do próprio estado. Desta forma, a avaliação confirmou que as novas cepas já estão circulando em pelo menos um município do estado, o Rio de Janeiro, e provavelmente, Nova Iguaçu”, diz a nota das secretarias.

Dos quatro casos registrados com a cepa de Manaus, dois são moradores da capital e já estão recuperados; um é um paciente transferido de Manaus que permanece internado no Hospital dos Servidores; e outro é um morador de 55 anos de Belford Roxo, que morreu.

O paciente contaminado com a cepa do Reino Unido é morador da capital e também já está recuperado.

A Subsecretaria de Vigilância em Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde, alerta para a possibilidade do vírus estar circulando por outros municípios, já que a capital recebe muitas pessoas de outras cidades, principalmente da Região Metropolitana.

Novas variantes

A variante brasileira, descoberta em Manaus (AM), foi chamada de P1. E a linhagem identificada no Reino Unido é a VOC 202012/01.

Quanto mais o vírus circula, maior a probabilidade de surgirem novas variantes dele, mas não necessariamente mais fortes ou mais transmissíveis.

Além do RJ, São Paulo, Pará, Roraima e Ceará já tinham mapeado pacientes com a P1.

Infectologista: ‘Investigação começou há seis semanas’

O médico epidemiologista da Secretaria Estadual de Saúde Alexandre Chiepp explica que o processo de investigação no RJ acontece há pelo menos seis semanas e ainda não há comprovação de que as novas variantes sejam mais graves.

“São variantes que não configuram um novo vírus. São mutações, sempre que a gente tem um vírus circulando de forma muito intensa na população, aumenta o risco de ter mutações que são adaptáveis ao ser humano. E foi isso que aconteceu”.

“A variante P1, talvez seja a que mais interessa nesse momento, é possível que esteja associada a um aumento de contagiosidade, mas nenhum indício até o momento que seja uma variante mais grave ou de que interfira na efetividade da vacinação”. 

“Os dados que a gente tem até o momento são dados muito preliminares, a ciência precisa de um tempo pra poder confirmar, mas que mostra talvez um aumento do risco da transmissão, mas não um risco de evolução mais grave da doença”.

Infectados com a nova variante

P1, a variante brasileira:

  • Homem de 55 anos, de Belford Roxo — morte;
  • Homem de 46 anos, de Manaus;
  • Homem de 40 anos, do Rio;
  • Homem de 30 anos, do Rio.

VOC 202012/01, a variante do Reino Unido:

  • Mulher de 36 anos, do Rio.

Transferência de Manaus

Nas últimas semanas, dezenas de pessoas diagnosticadas com Covid-19 em Manaus (AM) foram trazidas para o Rio.

As transferências ocorreram em meio ao colapso do sistema de saúde amazonense, após recorde das internações por coronavírus e com uma nova variante do coronavírus circulando no estado.

Um dos pacientes transferido para o Rio é um homem de 46 anos, que tem a nova variante da doença e segue internado no Hospital dos Servidores.

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