O Ministério Público Federal informou que não vai encerrar as investigações sobre os celulares apreendidos com o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) sem ouvir os policiais federais que tiveram contato com o parlamentar nos dois dias em que ele ficou preso na Superintendência da corporação no Rio de Janeiro.
O procurador Eduardo Benones, responsável pelo Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do MPF, aguarda a lista com os nomes, solicitada à PF.
A avaliação do procurador é de que a apuração do caso não muda com o relatório da PF, remetido ao Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira (2). No documento, o delegado federal responsável pelo inquérito concluiu que câmeras do sistema de segurança flagraram o momento que os celulares foram entregues a Daniel Silveira por assessores do parlamentar.
O entendimento da PF é de que o relatório é conclusivo e que eventuais novas diligências só serão feitas caso haja determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.
Flagra
O ofício traz imagens que flagram a ação dos assessores e o momento em que Silveira coloca os aparelhos no bolso da calça. As investigações da PF e do MPF são independentes.
O entendimento da procuradoria é que o deputado não cometeu crime nenhum e que a competência do órgão para investigar o caso se dá pelo lugar da infração, ou seja, o Rio de Janeiro. É atribuição dos procuradores do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial investigar agentes públicos. Os que os procuradores querem saber é se algum policial pode ter favorecido a entrada e permanência dos telefones na sede da PF.
Para o procurador Eduardo Benones, a participação de policiais federais ainda não pode ser descartada.
“Do ponto de vista do MPF e do Controle Externo da Polícia, os fatos não foram elucidados. Ainda há o que investigar e, acima de tudo, não se pode ainda descartar a participação de policiais no suposto crime. Mesmo porque, sobretudo em termos de controle externo, as investigações do MPF são independentes e não necessariamente chegam às mesmas conclusões que a polícia”, disse à CNN.
Em nota, a PF informou que “instaurou inquérito policial para apurar as circunstâncias dos fatos, tendo como política não se manifestar sobre investigações que encontram-se em andamento, em especial quando sob sigilo. Ademais, informamos que na data de ontem (2), o relatório do inquérito policial foi remetido ao STF.”
Também em nota, a assessoria do deputado Daniel Silveira disse que, tanto na sede da Polícia Federal quanto no relato dado ao procurador, o deputado federal ratificou como ocorreram os fatos.
Desde o momento de sua prisão em sua residência até o seu ingresso na superintendência da Polícia Federal, não houve revista pessoal ou solicitação de recolhimento de aparelho.