MPF não descarta envolvimento de policiais em entrega de celulares a Silveira

MPF afirmou que não vai encerrar as investigações sobre os celulares apreendidos com o deputado sem ouvir os policiais federais que tiveram contato com ele

0
330

O Ministério Público Federal informou que não vai encerrar as investigações sobre os celulares apreendidos com o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) sem ouvir os policiais federais que tiveram contato com o parlamentar nos dois dias em que ele ficou preso na Superintendência da corporação no Rio de Janeiro. 

O procurador Eduardo Benones, responsável pelo Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do MPF, aguarda a lista com os nomes, solicitada à PF.

A avaliação do procurador é de que a apuração do caso não muda com o relatório da PF, remetido ao Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira (2). No documento, o delegado federal responsável pelo inquérito concluiu que câmeras do sistema de segurança flagraram o momento que os celulares foram entregues a Daniel Silveira por assessores do parlamentar.  

O entendimento da PF é de que o relatório é conclusivo e que eventuais novas diligências só serão feitas caso haja determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. 

Flagra

O ofício traz imagens que flagram a ação dos assessores e o momento em que Silveira coloca os aparelhos no bolso da calça. As investigações da PF e do MPF são independentes. 

O entendimento da procuradoria é que o deputado não cometeu crime nenhum e que a competência do órgão para investigar o caso se dá pelo lugar da infração, ou seja, o Rio de Janeiro. É atribuição dos procuradores do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial investigar agentes públicos. Os que os procuradores querem saber é se algum policial pode ter favorecido a entrada e permanência dos telefones na sede da PF. 

Para o procurador Eduardo Benones, a participação de policiais federais ainda não pode ser descartada. 

“Do ponto de vista do MPF e do Controle Externo da Polícia, os fatos não foram elucidados. Ainda há o que investigar e, acima de tudo, não se pode ainda descartar a participação de policiais no suposto crime. Mesmo porque, sobretudo em termos de controle externo, as investigações do MPF são independentes e não necessariamente chegam às mesmas conclusões que a polícia”, disse à CNN. 

Em nota, a PF informou que “instaurou inquérito policial para apurar as circunstâncias dos fatos, tendo como política não se manifestar sobre investigações que encontram-se em andamento, em especial quando sob sigilo. Ademais, informamos que na data de ontem (2), o relatório do inquérito policial foi remetido ao STF.” 

Também em nota, a assessoria do deputado Daniel Silveira disse que, tanto na sede da Polícia Federal quanto no relato dado ao procurador, o deputado federal ratificou como ocorreram os fatos.

Desde o momento de sua prisão em sua residência até o seu ingresso na superintendência da Polícia Federal, não houve revista pessoal ou solicitação de recolhimento de aparelho.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui